CIP - Confederação de Idiotas Portugueses

Depois de ter lido o que o comparsa Diogo aqui escreveu, veio-me à memória esta recente publicação do INE.

Aqui se revela, entre outras coisas, o seguinte:

A maioria das famílias monoparentais (86,0%) é constituída por mulheres e estima-se que ascendam a cerca 271 mil. Contudo, assiste-se a um aumento de 1,1 pontos percentuais no período entre 1999 e 2008.

Em 2009, 16,4% das mulheres trabalhavam em tempo parcial, uma proporção mais do que duas vezes superior à dos homens. Comparativamente a 1998, quando a duração de trabalho a tempo parcial quase triplicava a observada nos homens, baixou 0,7 pontos percentuais.

Em 2009, a taxa de desemprego dos jovens (15-24 anos) ascendia a 21,6% nas mulheres e a 18,7% nos homens contra, respectivamente, 12,9% e 8,2%, em 1998. O desemprego nos jovens acompanha a tendência geral em alta, com valores acima da média nacional registada (10,2% para as mulheres e 8,9% para os homens em 2009), sendo a desigualdade de género mais acentuada nos jovens.

Em 2008, 18% dos homens encontravam-se em risco de pobreza, valor que sobe para 19% nas mulheres. Os níveis agravam-se se a taxa for calculada antes das transferências sociais.

Em 2008, o número de beneficiárias de Rendimento Social de Inserção situava-se em 225 944 contra 193 465 beneficiários, valores que duplicaram face a 2005.

Em 2008, 94,0% da assistência a menores foi prestada por mulheres.

Isto tudo para dizer aos senhores da CIP que começo a ficar fartinha de os aturar. Já não há paciência para os ouvir dizer que só não trabalha quem não quer, que o subsídio de desemprego financia a preguiça e que o Rendimento Social de Inserção faz a apologia da mandriice.

Se quisessem entender o mundo em que nós - mandriões e mandrionas - vivemos, perceberiam não só que a classe trabalhadora tem dois sexos, como também intuiriam que o nosso desemprego e a nossa precariedade de hoje já estão a determinar a nossa pobreza de amanhã. Mas isso não lhes interessa nada.

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