Sabe bem pagar tão pouco

O inefável Valter Lemos esteve há dias em Braga e dirigiu umas contundentes palavras contra a mandriice, calaceirice e ganância das portuguesas e portugueses, dando voz a uma preocupação que há muito o acompanha:


Em defesa desta medida, que obriga as/os desempregadas/os a aceitarem um posto de trabalho desde que o salário oferecido seja 10% superior ao subsídio de desemprego, Valter Lemos discorreu:



De facto, era imperioso acabar com a lei que previa que os salários fossem superiores em 25% ao valor do subsídio de desemprego. 10% está muito bem porque o que é em demasia é erro e da ética do trabalho não faz parte a ganância.

Que esta política resulte no abaixamento real dos salários, que os empresários esfreguem as mãos de contentes porque vão poder contratar ao preço do subsídio de desemprego, o que significa que vão ter trabalhadoras/es a trabalhar a custo zero, isso são pormenores em que só os arautos da desgraça insistem.
[A foto é cortesia do Ricardo - Riça - Gomes]

6 comentários:

Anônimo disse...

Pois pois... Agora consegue-se oferecer trabalho - como me fizeram - com 750,00€ mensais mais 25% de isenção de horário. Aparentemente "porreiro", não fosse a carga horário algo com 16 horas 6 dias da semana (416 horas mensais) que dão um rácio de 2,25 €/hora bruto!!! Ganha-se mais a fazer limpezas...... É a hipocrisia que temos...

Rombo no Polvo disse...

"Portugal no seu melhor". 'Tá excelente a foto!!

Anônimo disse...

Prometo escrever em breve, no falaferreira, sobre este assunto. Entretanto fica aqui uma pérola "'Portugal é um mercado extremamente interessante, com grandes capacidades de crescimento', apontou o director-geral da tempo-team, Kees Stromer (...) 10% dos empregos temporários em Portugal duram até um mês, perto de 20% entre um e três meses, e os restantes 70% são contratos superiores a três meses. Em comparação, diga-se que no Luxemburgo ou em Itália a maioria dos contratos não chega aos 30 dias e que os números portugueses apenas são superados na Suécia e na África do Sul." Retirado do próprio site da tempo-team.

Frederica Jordão disse...

Pôr a Suécia e a África do Sul no mesmo saco quando se fala de emprego é risível e nem merece comentário. Quanto à primeira parte, não compreendo: o potencial de crescimento português lê-se na "disponibilidade" das/os trabalhadoras/es para aceitar trabalho temporário ou na própria subversão do conceito de trabalho temporário? É que é aí, precisamente, que reside a grande diferença entre a Suécia e a África do Sul.

Anônimo disse...

Oi Frederica. Tentei responder à tua dúvida aqui http://falaferreira.wordpress.com/2010/06/05/tomem-la-os-30/

Anônimo disse...

Já agora, deixa-me acrescentar uma coisa que não está no post. É com muitas reticencias que posso falar de África do Sul ou da Suécia. De qualquer modo, tenho a ideia - por um debate que houve na Assembleia da República há algum tempo atrás - que a legislação laboral sueca é bastante favorável às empresas. É bem mais fácil despedir trabalhadores lá que em Portugal. Em contrapartida, as empresas pagam impostos mais elevados para o governo por em prática todo um sistema que protege os trabalhadores não do desemprego como a Constituição Portuguesa, mas no desemprego: subsídios, formações, etc.

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