nique sarkozy

Começou com a proibição da burka, medida com a qual recebeu a solidariedade da direita mais xenófoba à esquerda mais distraída. Agora vai tudo a eito e Sarkozy anunciou esta semana medidas de combate à criminalidade, que incluem a retirada da nacionalidade francesa a estrangeiros que atentem contra as autoridades. Para os menores que tenham cometido algum delito, a proposta é a recusa automática da nacionalidade assim que atingirem a idade adulta. Que o direito internacional não permita a existência de apátridas, isso é irrelevante para Sarkozy. Porque para este filho de imigrantes que não gosta de estrangeiros é necessário demonstrar que se merece a nacionalidade francesa.
A juntar a esta cruzada pela purificação da nacionalidade francesa, onde delinquência e imigração são palavras que se equivalem, chegam as políticas contra os ciganos e nómadas e a promessa de destruição, nos próximos três meses, de metade dos seus acampamentos e respectiva expulsão dos e das indesejáveis. Acontece que esmagadora maioria destes ciganos são franceses e a outra parte, os roms, são cidadãos comunitários. Mas isso também não interessa nada.
O que importa mesmo é desviar as atenções do escândalo Woerth/Bettencourt e da destruição dos serviços públicos e combater os maus resultados nas eleições regionais, preparando desde já as presidenciais de 2012. E para isso, a receita é simples, apesar de não ser original: medidas securitárias e alinhamento do discurso com a Frente Nacional.

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