a notícia que não é dada

A história dos 33 mineiros soterrados no Chile tem originado momentos de comoção colectiva. O mundo inteiro acompanha e deseja um desenlace feliz para esta situação.

Tal big brother, temos acompanhado a sua precária existência e, no conforto dos nossos sofás, congratulamo-nos com o facto de terem assistido ao jogo da selecção chilena, assim como nos inquietamos com a descoberta das suas infidelidades. Conhecemos a sua dieta diária, o nome de quem os visita, bisbilhotamos as suas conversas por videoconferência e até damos palpites sobre o destino de eventuais indemnizações que venham a receber. Ficámos também a saber que esta situação surgiu por incúria da empresa detentora da mina e que esta tem um longo historial no desrespeito das condições de trabalho.
Todas e todos nós gostaríamos, certamente, de lhes fazer chegar uma mensagem de alento, de dizer que estamos a torcer por eles, de lhes dar ânimo.

Mas há uma outra notícia que acho que ainda ninguém lhes deu: quando saírem da mina serão heróis, mas heróis desempregados.

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