nós por cá

Jodi Beiber venceu a edição do prémio World Press Photo deste ano com uma imagem de uma rapariga afegã, Bibi Aisha, de 18 anos, mutilada pelo marido. O crime desta rapariga parece ter sido o de o ter acusado de maus tratos e voltado para a família. Isso custou-lhe o nariz e as orelhas. Não há relativismos culturais que justifiquem a barbárie.

O relatório de 2010 da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revela que a violência doméstica lidera as estatísticas das queixas apresentadas, representando 80% dos actos criminosos. Mais, 55% dos crimes de violência doméstica acontecem na própria casa das vítimas e 63% prolongam-se no tempo. Os crimes de violência sexual aumentaram 194% e os homicídios 23%.

As vítimas são esmagadoramente mulheres (87%), entre os 36 e os 55 anos (55%), portuguesas (68%) e casadas (46%). A violência doméstica, ao contrário do que muita gente gosta de acreditar, não é um fenómeno exclusivo dos lares pobres e pouco escolarizados: 25,5% das vítimas, mulheres, têm um curso superior e 31,7% dos agressores, homens, também.

Os agressores são principalmente homens (81%), casados (55.8%) e com idade entre os 36 e os 55 anos (51%).

O facto de este tipo de crime ter aumentado 25% relativamente ao ano anterior é muito preocupante, mas revela também, como diz o secretário-geral da APAV, «que há uma maior consciência de que as pessoas são vítimas e que precisam de ajuda. Grande parte delas pede-nos agora ajuda directa».

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