se não gostas de ser explorado, não explores

O Diário de Notícias dá hoje conta de um estudo realizado pela CGTP, com base em dados do INE e do Ministério do Trabalho, que revela que as mulheres, para além da sua jornada de trabalho remunerado, lhe acrescentam mais 16 horas, não remuneradas, com tarefas relacionadas com a família.

Os números são novidade, mas apenas confirmam aquilo que toda a gente já sabia: a entrada das mulheres no mundo do trabalho assalariado não lhes retirou responsabilidades com as tarefas domésticas e de apoio à família (crianças e velhos).

Do meu ponto de vista, isto só lá vai se duas ideias forem claras:

1. Substituir o tranquilizador argumento da «ajudinha» pela prática da partilha;

2. Perceber que não se constrói igualdade, entre outras coisas, com políticas de austeridade cegas: quando se corta nos apoios sociais, aumenta-se o fardo das mulheres, uma vez que são elas as «tapa-furos» da ausência de Estado social.

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