tag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post3427619881987420926..comments2023-10-25T09:13:35.008+01:00Comments on Minoria relativa: não acredito na bondade de sarkozyHugo Diashttp://www.blogger.com/profile/05281514979159546477noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-40099903685375756562010-07-20T12:39:38.062+01:002010-07-20T12:39:38.062+01:00Miguel,
Obrigada pelas tuas palavras.
É claro para...Miguel,<br />Obrigada pelas tuas palavras.<br />É claro para ambos o que subjaz à lei Sarkozy. O título do post é provocatório na mesma medida em que a lei o é. Sarkozy lançou uma casca de banana e muita esquerda e feminismo parecem ter escorregado. Acho que sobre isso não é preciso dizer mais.<br />Sobre educação, o que disse é muito básico porque o que me movia era a desmontagem do argumento de Sarkozy. Evidentemente que sobre isso há muito mais a dizer: não basta garantir o acesso das raparigas à escola; é necessário garantir também a sua integração e o seu sucesso. Isso levar-nos-ia a um outro debate sobre escola inclusiva, condições de acesso e de sucesso, integração na vida activa e na comunidade, etc.<br />Concordo contigo quanto à exigência de uma escola não confessional. Nunca alinhei com o discurso que diz que se o catolicismo tem lugar na escola pública as outra confissões também deveriam ter. A escola não tem que ser religiosamente pluralista simplesmente porque a escola não é um espaço de confissão. <br />Mas creio que o debate sobre a admissibilidade da burka não só não é o mesmo (falamos de indumentária e não de currículo) como não pode ser feito de forma desgarrada das raparigas concretas que a lei atingirá; aqui e agora há uma questão a resolver e a forma como o fizermos tem implicações concretas na vida delas. E é isso que me preocupa. A emancipação não se decreta pela força. O que é preciso é criar as condições para que elas sejam agentes da sua própria libertação. A lei pode ajudar, mas esta lei em concreto retira-lhes a única, ou quase única, ferramenta que a sociedade de acolhimento tem para lhes oferecer: educação. <br />Não nos compete ingerirmo-nos e dizer-lhes o que devem fazer, mas antes proporcionar-lhes os meios para que possam ser elas a dizê-lo, a fazê-lo e a reclamar a nossa solidariedade. Isso implica tolerarmos a burka na escola? Se essa é a única forma que temos para garantir que elas a frequentem, pois assim seja. Não me agrada a burka por todas as razões (simbólicas e concretas) mas mobiliza-me mais a possibilidade de estarmos a contribuir para o empoderamento destas raparigas. Sem escolarização jamais conseguirão um emprego; sem ir à escola jamais abandonarão o espaço doméstico. E é a ruptura com este acantonamento que acho que temos obrigação de garantir. <br />Os princípios universais são necessários mas ao homegeneizarem a vivência humana obliteram a sua diversidade e a sua contingência.<br />Por isso defendo a facadinha no purismo teórico em favor da vida concreta.<br />Um abraço.Andrea Penichehttps://www.blogger.com/profile/04536205920101689289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-45074321518169272282010-07-20T09:59:38.497+01:002010-07-20T09:59:38.497+01:00Cara Andrea,
sem precisar de acreditar minimamente...Cara Andrea,<br />sem precisar de acreditar minimamente no Sarkozy ou sequer de apoiar o modo como a lei francesa foi posta em vigor, divirjo de ti nalguns aspectos importantes, ainda que a partir de perspectivas de fundo solidárias. A minha posição sobre o assunto, foi resumida em dois curtos posts ( http://viasfacto.blogspot.com/2010/07/uma-especie-de-ponto-de-ordem-ainda.html e também http://viasfacto.blogspot.com/2010/07/dar-cara.html#comments). Retomo aqui a ideia de que importa levar a discussão um pouco mais longe: <br />"Uma coisa é dizer que qualquer regulamentação ou enquadramento vinculativo do que se pode e não pode fazer no espaço público informal (a rua, cafés, jardins, espaços de conviviais comuns, feiras, estabelecimentos abertos ao público, ou em suma: a ágora) é, sempre e em todos os casos, uma maneira de atentar contra a liberdade ou de a limitar, ainda que o legislador seja a "multidão" organizada em órgãos que garanta a cidadania governante, ou seja a participação igualitária de todos no seu próprio governo.<br />Outra, muito diferente, é dizer que, embora sendo inconcebível pensarmos numa sociedade sem regulação desse espaço da ágora, tal significa que qualquer regulamentação é justa ou politicamente avisada.<br />Assim, considerar que a proibição da ocultação do rosto nas ruas, etc. nada tem, em princípio, de aberrante, não quer dizer que a recente lei francesa tenha sido decidida com acerto político (acerto político significando, na minha perspectiva, boas razões democráticas), quando consideramos o seu momento, os pressupostos e as condições da sua adopção, os seus agentes e a sua circunstância.<br />Desta posição, que é a minha, resulta todavia que os problemas a discutir são, à partida, pelo menos dois, um e outro em diferentes planos:<br /><br />1. Como se pode e deve, ou não deve nem pode, legislar sobre o espaço público informal e suas regiões adjacentes, incluindo a vizinha esfera doméstica ou das relações familiares e a da educação?<br /> 2. Que avaliação fazer da lei francesa e/ou de outras medidas tomadas ou propostas no mesmo sentido, e quais a posição política e os termos do debate a tentar promover perante elas?"<br /><br />Dito isto, gostaria de acrescentar que, em todo o caso, no que se refere à educação/formação dos cidadãos membros de uma sociedade, a questão não se resolve dizendo apenas que todos devem ter direito ao ensino, porque há uma batalha a travar em torno do ensino e da sua universalidade, teor e natureza. Por exemplo, resolver o problema das burcas não será possível se o ensino religioso for consentido na escola pública ou se for dada equivalência legal a escolas confessionais. A doutrinação religiosa deverá ser excluída radicalmente do sistema de ensino, e ser permitida apenas - dentro de certos limites - nos templos e no espaço doméstico. E no que se refere ao sistema de ensino universal, este deve ser obrigatório: o que significa que as raparigas muçulmanas terão de o frequentar sem burca, embora não ache mal que possam usar um emblema religioso discreto (um fio, por exemplo, com um crescente em vez de um crucifixo) se assim lhes agradar. Aqui, a liberdade política opõe-se à chamada "liberdade de ensino": a invocação desta última não pode ser usada para impedir que todas e todos recebam - como futuros cidadãos adultos - a mesma educação de base, universal e obrigatória, publicamente definida. <br />E podíamos continuar.Talvez valesse a pena. No entanto, para já, creio ter dito o suficiente - para começo de conversa.<br /><br />Com um abraço cordialmente igualitário<br /><br />miguel serras pereiraMiguel Serras Pereirahttps://www.blogger.com/profile/15037992737494978391noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-16197854988977239232010-07-19T21:21:02.970+01:002010-07-19T21:21:02.970+01:00Na mouche ;)Na mouche ;)Cátia Guerranoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-76261355003126630222010-07-19T15:19:08.470+01:002010-07-19T15:19:08.470+01:00Um outro contributo para a discussão, via India. O...Um outro contributo para a discussão, via India. O texto é longo, mas vale a pena. Para as/os preguiçosas/os, leiam pelo menos o último parágrafo!<br />http://www.radicalsocialist.in/index.php/articles/statement-radical-socialist/185-banning-the-veil-rights-of-women-security-or-anti-islamic-racism-and-communalismAndrea Penichehttps://www.blogger.com/profile/04536205920101689289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-56342183845948748092010-07-19T13:47:42.826+01:002010-07-19T13:47:42.826+01:00Concordo.
Para proteger os direitos das mulheres, ...Concordo.<br />Para proteger os direitos das mulheres, perseguem-se mulheres que usam o véu integral. Isto pode fazer sentido para a direita islamofóbica mas para mim não faz. O pior é que há partes da esquerda que mordem este isco.Ricardo S. Coelhohttps://www.blogger.com/profile/08045393736011177554noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-26922588645398366402010-07-19T13:46:21.433+01:002010-07-19T13:46:21.433+01:00apoiado!! mil vezes apoiado! é mesmo isso. abraço ...apoiado!! mil vezes apoiado! é mesmo isso. abraço cdcrishttps://www.blogger.com/profile/14333712788551776006noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-86476420635325830172010-07-19T13:11:08.337+01:002010-07-19T13:11:08.337+01:00Ora aqui está finalmente um texto sobre esta coisa...Ora aqui está finalmente um texto sobre esta coisa com o qual estaria disposto a concordar. 8-)Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/17299779183378598191noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-849830646773208813.post-23759368393101172342010-07-19T12:02:54.766+01:002010-07-19T12:02:54.766+01:00És uma máquina mulher! :) Estava à espera de uma i...És uma máquina mulher! :) Estava à espera de uma intervenção tua sobre o tema e curiosa por saber a tua posição ou inclinação. Não fui desiludida. Muito bom post, com um ângulo importante e talvez, de facto, o essencial quando se avalia a pertinência ou não de uma lei e seus efeitos. Concorda na íntegra. Boa*magda alveshttps://www.blogger.com/profile/17611404859298533362noreply@blogger.com