corninhos de fora

28 de Maio de 1926. Nada melhor para assinalar uma data de triste memória do que lembrarem-nos as razões porque a detestamos.

O recém criado Movimento Assembleia, que congrega nacionalistas e salazaristas, escolhe hoje o seu líder. A necessidade de «promover a unidade moral e estabelecer a ordem jurídica», a afirmação do trabalho como «um dever de solidariedade nacional», a aceitação do trabalho "estrangeiro" em empresas portuguesas apenas e só nos casos «em que se verifique ser impossível encontrar entre os nacionais os activos competentes», a consideração da família como «realidade primária e fundamental de toda a orgânica nacional, de onde parte toda a ordem política e social da Nação», a proposta de que o Presidente da República seja «nomeado pelo Governo» e de que o Conselho de Ministros seja «designado por um colégio eleitoral, que avaliará as funções do Governo através de eleições livres» e a redução do Parlamento a «uma câmara dos deputados, órgão consultivo do Governo com redução do número de elementos confinados às especificidades dos diversos ministérios» são as propostas com que se apresentam ao país.

Em tempos de crise a extrema-direita costuma meter os corninhos de fora e semear para colher. Pena é que o senhor Paulo Portas, que já cá anda há tanto tempo, tenha que levar com estas deslealdades.

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