confronto

19 de Julho, segunda-feira, 21h30, Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Porto.
Apresentam o livro: Joana Lopes e José Carlos Marques.

«(...) Mas o que é de certo modo estranho é que hoje, algumas décadas mais tarde, grande parte do que aconteceu esteja ainda por contar, por descrever, por estudar. Se muitos académicos – "historiadores de plantão", como lhes chama Mário Brochado Coelho – se têm ocupado das instituições mais importantes e mais estruturadas da época – os partidos –, poucos dão importância à teia formada por uma miríade de outras organizações, cuja acção foi absolutamente decisiva no alargamento da base de oposição ao salazarismo e ao marcelismo e, até, à consciencialização dos militares que acabaram por assinar a revolução. Falhando os historiadores, sobra a tarefa para os memorialistas, ou seja para quem viveu os acontecimentos e não se resigna a que não fiquem registados para as gerações futuras – com o rigor e a isenção de que são capazes, sem concessões a pressões académicas, editoriais ou outras.
Chego assim à Confronto e a este livro que é um resultado notável de um esforço que se adivinha ter sido hercúleo: a recolha sistemática de documentos e de testemunhos, que permitiu a reconstituição, detalhadíssima, da vida de uma instituição fulcral durante os seus seis anos da sua existência. Ficará para a posteridade um documento completo, porque o autor não se limitou a ser memorialista: tornou-se historiador "à força". Não é o primeiro – nem será o último – a quem isso acontece».
Joana Lopes, do Prefácio

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