enamoramento e amor

A novela do Orçamento do Estado já vai longa e o capítulo de hoje inclui uma reunião de Pedro Passos Coelho (PPC) com um grupo de quatro banqueiros, a saber: Ricardo Salgado (BES), Faria de Oliveira (CGD), Carlos Santos Ferreira (Millenium) e Fernando Ulrich (BPI).

PPC anda confuso e, ao que parece, os quatro banqueiros mostraram-se disponíveis para o ajudar a tomar uma decisão. Diz-se por aí que tentarão convencê-lo a viabilizar o Orçamento. Segundo a tradição telenovelística, porém, nada ficará hoje resolvido. PPC não se decidirá e novos capítulos se seguirão fazendo jus à velha máxima de fazer render o peixe. O epílogo está previsto para a próxima terça-feira na reunião do Conselho Nacional do PSD. Aí, PPC decidirá o sentido de voto da bancada do PSD e, cumprindo a tradição guionista das telenovelas, seremos felizes para sempre.

Se isto fosse uma daquelas novelas em que o público decide o desenlace, eu apostaria num final à Alberoni, de profundo enamoramento e amor entre PPC e os banqueiros. Os vilões e as vilãs há muito que foram identificados: quem trabalha e quem quer trabalhar. A esta gente PPC não coloca as suas dúvidas nem tão-pouco discute estratégia política e económica, apenas comunica as suas certezas: viveis acima das vossas possibilidades, cambada de gandulos!

Há uma outra coisa que eu lamento e que me entristece profundamente. Também eu tenho uma relação profunda e continuada com Fernando Ulrich. Até que complete 72 anos de idade, pagarei um tributo a este senhor que, diligentemente, lambe parte do meu salário todos os meses. Mas nem por isso ele se mostra disponível para comigo discutir as dúvidas que tenho sobre o meu orçamento.

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