Notas sobre um 17 de Maio a não esquecer

Só um breve feedback do dia de ontem. Dia em grande para os direitos LGBT em que decorreram várias iniciativas, inclusive a 1ª Marcha contra Homofobia e Transfobia em Coimbra com 250 a 300 pessoas segundo a polícia, ou seja: os dados da organização apontam para mais de 300 :). Contou inclusive, e foi muito importante para nós, com a presença de organizações e activistas de Lisboa e Porto.
Só estou um pouco frustrada com as notícias que reportam "factos errados" - exemplo: que a OMS retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais há 10 anos quando foi há 20 e que isso lhes foi dito várias vezes - ou reportarem mal palavras de ordem ("nós somos famílias , sabemos amar, filhos não -o que dizemos é - fazemos, queremos adoptar"); ou títulos a salientar uma frase dita por alguns/mas presentes irónicamente e a brincar mas reportadas como se fosse um protesto "Até a televisão é homofóbica" (isto porque volta e meia a transmissão das declarações do PR "iam abaixo "); confundirem uniões de facto com casamento; e num ou 2 casos declarações inventadas. Mas ainda assim houve bons exemplos como o Público, a antena 1/ antena 3 (RDP) e possivélmente outros de que me estou a esquecer. Há ainda nitidamente todo um trabalho a fazer com jornalistas para o tratamento destas matérias.
Quanto ao nosso Presidente: é mesmo sui generis. Ele que é profundamente contra o casamento civil por parte de pessoas do mesmo sexo e muito conservador em matéria de costumes e liberdades individuais vai me escolher o Dia 17 de Maio para promulgá-la, mas com um discurso muito marcado em termos ideológicos (ou dito por outras palavras "com um discurso de merda":).
Que eu me lembre, durante o seu mandato só fez 3 declarações ao país: uma em que fez um alarido enorme durante as férias e foi me falar do estatuto dos açores :); outra sobre o caso das escutas em que só pôs os pés pelas mãos e descredibilizou-se por completo; e esta em que faz uma declaração ao país para, como disse o Diogo, um assunto que ele considera menor (poderia ter optado por uma comunicação ao parlamento como fez para o aborto), e ainda aproveita para bater no Governo com a crise e mandar os seus recados, já claramente em campanha. É o Presidente que temos e desconfio que aquele que teremos..

Nenhum comentário:

Postar um comentário