Ainda não assinei nem sei se assinarei enquanto se continuar a não querer olhar a Medusa de frente.
Despair in the departure lounge e um abaixo-assinado
Ainda não assinei nem sei se assinarei enquanto se continuar a não querer olhar a Medusa de frente.
Ideologia ou Estratégia?
Nas páginas 71 e 72 do Programa do XVII Governo Constitucional (2006-2009) são bastantes as referência a políticas que incidem sobre o subsídio de desemprego: penalizações nas situações de acumulação de subsídio de desemprego com trabalho remunerado, agravamento das penalizações a empresas que recorram a trabalho ilegal, impedimento das recusas sistemáticas a ofertas de emprego por parte de quem recebe subsídio e reforço da fiscalização na atribuição deste subsídio.
Conclui-se, portanto, que esta concepção de justiça do Primeiro Ministro é produto de um satori decorrente da meditação a que José Sócrates se dedicou durante o seu primeiro mandato.
Nesse caso, talvez a referência a estas medidas da mais elementar justiça estejam no Programa do XVIII Governo Constitucional (2009- ). Neste caso, o trabalho de pesquisa está particularmente facilitado pelas 7 vezes que a palavra "desemprego" pode ser encontrada no documento. Mas a esperança é a última a morrer. Numa dessas vezes, talvez se faça referência a esta medida que acaba com um situação atroz de injustiça. A crise teve impacto nos níveis de desemprego (1), apostar na formação de jovens no sector do turismo para combater o desemprego (2) jovem, articular subsídio de desemprego (3) e trabalho a tempo parcial, aprofundar mecanismos de apoio a artistas em situação de desemprego (4), garantir protecção no desemprego (5), combater a acumulação de trabalho remunerado com subsídio de desemprego (6) e (pode ser que seja desta!) reforçar o sistema público de segurança social para garantir segurança no desemprego (7).
Afinal parece que não, não consta. E Sócrates acaba por não explicar quanto dinheiro vai poupar com estas medidas de ataque selvagem às pessoas que estão em situação mais frágil. Se é estratégico ou ideológico, pouco importa, o que importa é que a reunião com Passos Coelho e os "ataques" das agências de rating deram a Sócrates a oportunidade de ouro para se deixar de merdas e ter que fazer o difícil exercício de arranjar justificações e/ou desculpas de preocupação social para continuar a fazer o que tem vindo a fazer desde que tomou posse.
Espírito de iniciativa
Mantenham os vossos rosários longe dos nossos ovários
Vão subir na vida, malandros!
A propósito do Inter - Barcelona (ou um post quase sobre futebol...)
«Uma directa com Maria»
"Esta catástrofe demográfica faz de nós um povo em vias de extinção e ameaça a nossa herança e cultura."
Fora os delírios que não convencem senão os que já estão convencidos, um tipo de argumento contra este tipo de medidas de liberalização da vida privada é especialmente inquietante: o demográfico. Se consigo perceber o argumentário assente numa posição moral de defesa da vida contra o aborto, por exemplo, mais difícil de engolir é a patranha de que os projectos de vida das pessoas devem estar sujeitos à prossecussão de um desígnio nacional. Não falo da ridícula afirmação de que os portugueses estão em vias de extinção mas da ideia que suporta este argumento e que repetidamente é invocada. É uma ideia que esquece por completo que barrar os caminhos do divórcio, das uniões de facto, do aborto, do casamento e da procriação medicamente assistia é sentenciar pessoas à infelicidade. Esta é uma sentença que obrigou mulheres a sujeitar-se a situações insuportáveis de violência, que obrigou pessoas a viverem o seu amor na marginalidade. É uma sentença que não pode ser decretada em nome da demografia. É uma sentença estúpida defendida por este imbecil que ainda tem a lata de falar em monstros.
Dos mercados (I)
Karl Polanyi, The Great Transformation, 1944.
What's true can be made to seem like it's a lie...
...and what's a lie can be made to seem like it's true.
O paspalho que se segue
«Nossa» dívida pública? Só se for tua...
Mas Eduardo Pitta deixa o melhor para o fim, tipo orgasmo ou parte do meio da torrada: lança foguetes pelo aperto do «controlo (e, em certos casos, mudança das regras de atribuição) do subsídio de desemprego e outras prestações sociais». Os ciganos do rendimento mínimo e os chupistas dos desempregados são os grandes responsáveis pela insustentabilidade financeira do país. Além disso cheiram mal, porque são pobres, o banho é raríssimo e de literatura sabem tanto como o Maradona. Eduardo Pitta sabe que, no fundo, esta gente não quer trabalhar, até porque anda há meses há procura de uma mulher-a-dias paga a euro e meio à hora e não há alminha que lhe pegue. Diz que as gajas agora só querem fumar e assim, mas trabalhar 'tá queta.
O Diabo calça Prada
CIP - Confederação de Idiotas Portugueses
Em 2008, 18% dos homens encontravam-se em risco de pobreza, valor que sobe para 19% nas mulheres. Os níveis agravam-se se a taxa for calculada antes das transferências sociais.
Em 2008, o número de beneficiárias de Rendimento Social de Inserção situava-se em 225 944 contra 193 465 beneficiários, valores que duplicaram face a 2005.
Em 2008, 94,0% da assistência a menores foi prestada por mulheres.
O mercado é um cliente mafioso
Mas depois vem Belmiro de Azevedo dizer que "o mercado tem sempre razão" [sem link, ouvido ontem no noticiário da Antena 1]. Ou seja, o mercado é como se fosse uma espécie de cliente.
E quem é que, no seu perfeito juízo e tendo um negócio, dispensaria o dinheirinho de um cliente mafioso?
E agora, algo diferente
O que se quer combater é consensualmente considerado como digno de ser algo a combater: "evitar que alguém possa ganhar mais estando no desemprego do que a trabalhar". Ora, como é sabido que os salários em Portugal já são extravagantemente altos, António Saraiva propõe que se mexa no subsídio de desemprego, essa prestação que alimenta preguiçosos malandros, acabando com o seu limite mínimo.
Ora, é precisamente a existência de um subsídio de desemprego mais ou menos digno que permite que a lógica da formação de um exército industrial de reserva se complete na sua plenitude, ou seja, que permite que os trabalhadores não sejam obrigados a aceitar condições de trabalho precárias sob ameaça de outros, em situação pior, as aceitarem. Depois da generalização do recibos verdes que, de uma machadada, resolveram o problema do salário mínimo, dos descontos para a segurança social, e das barreiras ao despedimento por dá cá aquela palha, só falta mesmo tentar fazer com o Estado deixe de cumprir as suas funções de segurança social para deixar os trabalhadores numa situação precária ideal.
Isto já para não dizer que, se com subsídios de desemprego baixíssimos a sua média é superior à média dos últimos salários dos beneficiários, isso diz muito mais dos salários que dos subsídios.
E pronto, posso voltar ao meu eu liberal de todos os dias.
Ética e Estética
PALILALIA
"Eu não. Eu não.
Eu? Eu?
Oh oh Clara, Clara...(x10)
Eu farto, to farto de virgens"
(PML lança a nova música dos Buraka)
Olh'ó respeitinho!
Quem nunca citou Lenine que atire a primeira pedra
You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I was to say to you
Girl, we couldn't get much higher
Come on baby, light my fire
Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire
Comic relief
Huge anti-climax moment
But now you're worried that I just might win
You know the way to stop me, but you don't have the discipline
How many nights I prayed for this, to let my work begin
First we take Manhattan, then we take Berlin
O Moralista
Aprendei
Mais: é difícil situar a cena indie face à dicotomia dominante vs alternativo, muito cara às abordagens críticas das dinâmicas de criação, mediação e consumos culturais e do seu potencial simbólico no conflito e na disputa social. Parece-me, por isso, bastante pedagógico para clarificar que a guerrilha urbana e a luta por imagens e verdades sobre as cidades não se esgota na parolada grafiteira nem está condenada ao mau-gosto do hip-hop e quejanda porcaria suburbana. Sim, há aqui coisinhas de classe que fazem muita (demasiada) diferença, mas esqueci-me de inquirir os indivídios para chegar a conclusões respeitáveis - embora a minha intuição valha mais que essas pintelhices do rigor e da validade.
Serve este breve intróito (!) para dizer que o indie é muito bom, o melhor de todos, e que toda a música que lhe seja de alguma forma estranha tem grande probabilidade de não valer um caralhinho. Dito isto, passo a apresentar o Festival Incerto de Música Urbana, que decorrerá no Teatro Aveirense a 28 e 29 de Maio. Este projecto da Mariana Ricardo merece particular atenção. Além disso, na próxima sexta-feira pára por lá a Juana Molina e ao sexto dia de Junho o Bonnie "Prince" Billy, primo aqui do Diogo Augusto.
Sexta 28
Warpaint + Matt Elliott + Rita Braga + After Party (após concertos)
Sábado 29
Debate (17h), com críticos de música nacionais e programadores culturais
Scout Niblett + Here We Go Magic + Mariana Ricardo + After Party (após concertos)
ERA QUEM O EMPALASSE
O Domingos Névoa é ainda mais paspalho que os outros dois
O velho samurai
O meu Otero é mais paspalho que o teu Rui Pedro Soares
Parece que o senhor professor para além de ter um projecto para uma nova Constituição desconhece as vantagens do magnésio no tratamento para a falta de memória. Por isso responde assim à eloquente pergunta que lhe é colocada por esse pasquim de referência, o Nova Vaga:
Se fosse para uma ilha deserta e só pudesse levar um objecto, que objecto levaria?
Levaria um terço: ele lembrar-me-ia, se existissem momentos de dúvida, que mesmo numa ilha deserta não estava sozinho.
Rui Pedro Soares
No que isto vai dar, não sei. Sei apenas o que já sabia: que essa coisa nojenta chamada Rui Pedro Soares, para além de ser uma coisa nojenta chamada Rui Pedro Soares, diz mais das elites dirigentes do Estado do que todo e qualquer tratado de sociologia política contemporânea. Além disso é também um contributo importante para ampliação e densificação da noção de «nojo», a que nem o Processo Civilizacional de Norbert Elias conseguiu chegar de forma tão empírica e clarividente. Parabéns ao Partido Socialista pela tolerância ao nojo, embora aos olhos do pai a coisa penda mais para o orgulho.
Diz que é uma espécie de piada inofensiva
O caso prático que apresentou num teste aos alunos e alunas, onde faz uma aproximação entre poligamia e homossexualidade, é entendido por esta sumidade como um «complemento à lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo». Esqueceu-se, porém, que os seus alunos e alunas poderiam não achar graça às suas piadas. Esqueceu-se também que a probabilidade de ter alunos e alunas homossexuais é grande. E esqueceu-se do artigo 13º da Constituição da República. Afinal, este senhor é professor de que cadeira?
Isto fez-me lembrar um manual de filosofia que andava em circulação há uns anos atrás e que explicava o raciocínio silogístico recorrendo ao seguinte exemplo: o aborto é crime; Maria abortou; logo, Maria é criminosa.
Prefiro o Vangelis...
... mas a Dionne Warwick dá um gostinho especial a este video comemorativo de mais um aniversário do inefável Partido Socialista.
Depois dos cornos, o corno
Assim de repente, a associação de manso a corno parece-me que só poderá ser entendida quando explícita (e.g. O senhor Primeiro Ministro é um corno manso) e, mesmo nesse caso, a "acusação"não é mais do que a de que se é passivo numa situação em que se é traído numa relação amorosa. O mesmo seria dizer: "a abertura de espírito de vossa excelência permite-lhe ultrapassar os arcaicos conceitos de masculinidade centrados na violência exercida sobre quem coloque em causa a situação de posse de uma amante". Estamos, portanto, em qualquer dos casos, não no campo do insulto mas no campo do elogio. Logo, nem Sócrates se deve chatear nem a tia de Louçã foi desrespeitada. Portanto, os meninos, façam favor de apertar o bacalhau e de se deixarem de choraminguices!
How Long Is Forever
Como os jovens são tramados, deixo aqui um video para que na próxima vez o D. José Policarpo consiga responder à pergunta de «quanto tempo dura a eternidade». O Cliff Richard explica.
Manuel Pizarro é Mr. Clean
Mama mama, Papa papa
2. E naturalmente secundo-a, apresentando ao Santo Padre a minha solidariedade amiga. Pelo que ainda ontem comprei duas coisas, além do L&M azul:
- o Nós, os vencidos do catolicismo do Bernardes ("Bénard" em Lisboa) da Costa, na Feira do Livro de Coimbra: mais um evento deplorável, a juntar ao azeite do TAGV e onde tive a sorte de encontrar o nosso amigo hugo mãe - lá está - a ajudar a temperar o evento com... ainda mais azeite;
- a Bíblia Sagrada, na FNAC. Larguei 9,60 euros porque me esqueci do cartão p'ró desconto.
Mas voltando ao Santo Padre, devo dizer que há aqui muito trabalho (pedo)psiquiátrico a fazer (ui, agora inverte-se assim o ónus destas merdas por capricho intelectual, é?) e insisto: se o Papa é «mal» e merece fiar fininho nos calabouços há muito laico e republicano com responsabilidades públicas (Seguranças Sociais, Ministérios Públicos e afins) que lhe devia fazer companhia na reclusão material e espiritual. E só não digo que Manuel Alegre está metido ao barulho porque isso é porco e não lhe quero estragar a campanha ;)
Papa-açorda
Recortes para o álbum do centenário da República
«Alegre quer ser eleito por todos os portugueses que não são de direita. Incluindo bastantes que são da esquerda séria e da direita tonta. Como bipolar de ambas as coisas, digo já que vou votar em Alegre. O apelido é bom, como a campanha de Eça e Ramalho. O homem é homem e poeta. Seria perfeito se fosse homossexual. Mas a parte que lhe falta para tal coisa é igualmente aceitável».
Esta semana, um instituto da Causa Monárquica e o seu presidente da Assembleia Geral em pré-campanha presidencial reagiram indignados à «afronta» sofrida por Cavaco por parte do seu anfitrião checo. Dom Duarte e Fernando Nobre acusam Cavaco de não ter reagido em defesa do bom nome da República.
Blood makes noise
here she comes breakin through my window(s)
Última hora: Tio de Sócrates desafia tia de Louçã para um frente-a-frente
O momento mais feroz do debate quinzenal. Imagens SIC
deixem-me trabalhar
adjectivo
que não é religioso; leigo; secular
(Do gr. laikós, «id.», pelo lat. laicu-, «laico»; «leigo»)
[Dicionário Porto Editora]
laico (latim laicus, -a, -um)
adj.
1. Que não pertrence ao clero. = Leigo
2. Que não sofre influência ou controlo por parte da igreja (ex.: Estado laico).
3. Que ou quem não fez votos religiosos. = Secular ≠ Eclesiático, religioso
[Dicionário Priberam]
Eu não dizia que este blog respira cultura que até dói?
Inscrições aqui.
A angústia dos administradores no momento do penalty
As notícias à volta desta questão não abonam muito a favor da inteligência de Luís Figo. Mas parece que a sandice lhe rendeu um não pronunciamento e um engordanço da conta bancária.
Precariedade no Le Monde diplomatique - edição portuguesa
Disponibilizamos em acesso livre os seguintes artigos:
1.- «Precariado: de condicionado a condicionante político» e «Os precários saem do armário», por José Nuno Matos (Setembro de 2007)
2.- «Call Centers: à descoberta da ilha» e «A ilha vista à distância» por Jorge da Silva e Fernando Ramalho (Setembro de 2007)
3.- «O trabalho em centros comerciais», por Sofia Alexandra Cruz (Julho de 2009)
4.- «Vamos brincar aos jornais», por João Pacheco (Outubro de 2009)
5.- «As faces precárias da flexibilidade», por Ana Maria Duarte (Dezembro de 2009)
6.- «O verde e a esperança: vivências da crise no Vale do Ave», por Virgílio Borges Pereira (Fevereiro 2010)
Também eu não escreverei um post sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica - After Madalena Duarte
O Vaticano renova agora, de acordo com o JN, o seu sincero perdão.
O White Album tem 42 anos, o Papa tem 526 e é de esperar que Maurizio Cattelan, Eugenio Merino e a actriz Kelly McGillis sejam os próximos amnistiados.
O Sindicalista Van Zeller
Abelhuda como sou, e temendo ter sido injusta com FVZ todos estes anos, fui em busca de algumas das suas tomadas de posição sobre alterações das regras a meio do jogo. Debrucei-me sobre a Função Pública e deparei-me ora com um enorme muro de silêncio, ora com uma anuência comprometida relativamente aos ataques aos direitos, que FVZ gosta de denominar por privilégios, das e dos funcionários públicos. Defendeu o congelamento de salários, opôs-se ao aumento de 25 euros do salário mínimo nacional, nada disse quanto à lei dos e das disponíveis, etc. Afinal, a alteração das regras a meio do jogo não é uma bitola que FVZ aplique uniformemente.
Cuidado co (Adeus) Lenine
Diminuição da desigualdade?
Mas para além do escrutínio necessário da metodologia utilizada na construção destes instrumentos de medida, é importante não ignorar a economia política da coisa, ou seja, que as desigualdades resultam de campos estruturados de relações sociais que permitem aceder a recursos e a graus diferenciados de liberdade conforme o seu posicionamento nesses mesmos campos.
Especulo. Que efeito poderia ter na «diminuição das desigualdades» o aumento das «poupanças» nos off-shores, eufemismo para designar dinheiro não tributado e na maioria dos casos não declarado? Sabemos que os peixões não gostam muito de ter o dinheiro aqui parado, à mão de semear e de tributar.
O pitch da denúncia
Também eu não escreverei um post sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica
Amarcord (1973, Federico Fellini) via Old Hollywood
Conselho Superior da República
Saber mais que a Amália
Quantos aumentos de bolsa vale um Mexia?
1) 10% de aumento das bolsas de 745 euros = 74,5 euros/mês = 894 euros/ano.
2) 5% de aumento das bolsas de 980 euros = 49 euros/mês = 588 euros/ano.
O magro bónus do Mexia (3,1 milhões de euros) daria para aumentar 3468 bolsas do primeiro tipo ou 5272 do segundo. Peanuts.
Merda por merda venha a Ana Cantora
Mas também não me parece que a falta de dinheiro justifique a programação parola, preguiçosa, cobardolas e iletrada que o Teatro Académico Gil Vicente oferece aos doutores de Coimbra no mês de Abril. Depois a culpa é do La Feria e do falecido Mário Nunes, como alardeavam os Amigos da Cultura.
Fica a Ana, que nunca desilude:
A China chega a Kalmar (2)
Numa análise por empresa, Geely desce para uma posição modestíssima. É natural que assim seja, pois a sua entrada é recente num mercado onde compete com as já estabelecidas empresas norte-americanas, europeias, japonesas e sul-coreanas. Neste contexto, uma das principais novidades dos últimos anos foi mesmo a crescente presença internacional da indiana Tata Motors que comprou à Daewoo uma unidade de veiculos comerciais, produz veículos pesados em Zaragoza, e adquiriu, em 2008, a emblemática Jaguar Land Rover.
A aquisição da Volvo por parte da Geely fará parte de uma estratégia mais consequente de internacionalização, com vista à entrada no mercado europeu e norte-americano, ganhar dimensão e capacidade, diversificar a sua oferta em diversos segmentos e de transferência de know-how para a empresa mãe. Seria interessante perceber se esta estratégia será util também para se consolidar no país que em breve terá o maior mercado interno mundial.
A Geely está muito longe de pertencer às 500 maiores empresas mundiais e o negócio de 1,8 biliões de dólares nem é muito chorudo. A China possui já um importante sector bancário e grandes industrias petroquímicas e de infra-estruturas. Tem procurado assegurar o acesso a matérias-primas, sobretudo em África. As suas exportações permitiram crescimentos sustentados elevados, balanças comerciais altamente favoráveis e uma imensa acumulação de capital que procura agora ser reenvestido. Muito deste optará (e tem optado) pela solução financeira, mas parece-me que, depois da Geely, seguir-se-ão muitas outras empresas chinesas, tornando-se numa presença constante no cenário económico global.
"Feminismos dos corpos ocupados: As mulheres palestinianas entre duas resistências"
Ó Ana vem ver, ó Ana vem ver, ó Ana vem ver
Mão morta/Mãe morta
Vai bater àquela porta
"Que se lixe quem não dança"
(disse Carl Jung)
É o século XX/
É o sexo vintage
A nossa doença, a nossa militância
E há cá quem sofra de complexos
E quem se queixe de SIDA
Mesmo de novas misturas
Em casais de pombos
E há cada vez mais novos combos
E até electro-choques
Insulina a rodos e outros mentais retoques
Querida,
Apareces-me em sonhos
Com penas de gato e muita comida
Que não te falte nada
Mesmo assim vestida
A tua líbido é mistura
De desejo e bebida
Como a cabeça do bispo
Tu comes a cabeça da dama
Vendo-te o "cavalo"
Empresto-te a torre
Mas quero saber que me ataca
Atropelo um peão
Juro que ele não morre
Baby eu sei que não sente
Liebschen ele nem trabalha
Não come não sente
Já não se lembra quem é...
E o luar é tão cândido
E eu e tu Ana tudo é pureza e limpeza
E era tudo tão claro
E agora é tudo tão vago
Tudo gente tão podre
E há uma assimetria
Com um toque de lobotomia
Ó miss Psicanálise - Que perfeita que és
E tão pequenina
Com umbigo e tudo - E até unhas nos pés
E tão pequenina
Que saúde que tens, da cabeça aos pés
(Como eu a invejo)...
Que perfeita que és da cabeça aos pés
E tão pequenina.
(do álbum Os Homens não se Querem Bonitos, de 1985)