Há mais vida para além da burka

Num corpo velado pelas suas raízes culturais, Ghazel joga squash, boxe, anda de bicicleta, skate, ballet, tudo o que uma mulher ocidental (e hiperactiva) faz. As exposições de artistas muçulmanas são uma forma de afirmação e projecção da sua realidade. A burka simboliza a sua identidade e usam-na para simultaneamente a afirmar, criticar e desconstruir. E se lhe tirássemos a burka? Como disse a Andrea “o uso da burka carrega em si todo um historial de opressão e (...) é uma manifestação clara da subordinação das mulheres“ mas não é erradicando por decreto a burka, o nikab, o sari (ou a écharpe) que contribuímos para a sua emancipação. Um corpo, mesmo que condicionado sob um retalho de tecido e uma cultura opressiva, nunca é um corpo passivo e por isso, sou pela utilização sem restrições de todos os tipos de indumentárias desde fardas dos escuteiros, hábitos de freira, togas de magistrados e até gabardinas de exibicionistas (estas, de preferência num espaço o mais informal possível).

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