Professores desempregados entram no Ministério da Educação


Na BBC: Especulador bolsista entrevistado sob o efeito do soro da verdade

precários em portugal


Amanhã, 22 de setembro, pelas 18h30, é apresentado, por Manuel Carvalho da Silva, o livro «Precários em Portugal. Entre a fábrica e o "call center"», organizado por José Nuno Matos, Nuno Domingos e Rahul Kumar, no CES Lisboa (Picoas Plaza, Rua Viriato, 13 - Loja 117-118).

Em 2010, Portugal era o terceiro país da União Europeia com maior índice de precariedade laboral. Cerca de 23,2% dos trabalhadores por conta de outrem estavam ligados à sua entidade patronal por um contrato a termo ou por outro tipo de vínculo precário. Ao longo deste livro focam-se diversos casos que refletem uma realidade que se impôs progressivamente nas mais diversas esferas laborais, da fábrica ao call center, do trabalho doméstico aos centros comerciais. Mais do que um mero reflexo de uma «batalha entre gerações», apresenta-se aqui um conjunto de investigações que procuram interpretar o fenómeno da precariedade no quadro da evolução das relações de trabalho no nosso país.

salários em saldo



Quem ontem ouviu Mira Amaral percebeu que também ele alinha pelo diapasão dos cortes salariais como resposta para enfrentar e superar a crise em que vivemos. Apesar da candura e do ar bem disposto com que o disse, percebia-se nele uma certa amargura de quem conhece os sacrifícios que propõe.

Para quem não saiba, ele sempre foi um homem de vida dura e sacrificada. Já depois de ter sido três vezes ministro de Cavaco, foi explorado durante 18 longos meses enquanto exercia as funções de administrador da CGD. Em troca, esse injusto, despesista e gordo Estado só lhe paga 18 mil euros mensais de reforma. Porém, como não é homem fraco nem desistente, livrou-se da CGD e fez-se de novo à vida. Recusando sempre as cunhas, decidiu gastar uma pipa de massa em selos dos correios no envio do seu currículo. E como quem porfia sempre alcança, lá conseguiu um lugarzinho como presidente do BIC português. É agora assalariado de Américo Amorim e Isabel dos Santos. Farta-se de trabalhar em troca de um magro salário. Fartou-se de fazer horas extraordinárias aquando da compra do BPN pelo BIC.

Se é ele que diz que é preciso cortes salariais, eu atrevo-me a dar-lhe razão. Afinal, são palavras de quem põe o seu salário à disposição dos ditos cortes e, além do mais, é um dos maiores conhecedores do que são e do que pesam os sacrifícios nas vidas das pessoas comuns.

quem corta assim é parvo


Em nome da poupança, foi anunciado que o Estado deixará de comparticipar, entre outras coisas, a pí­lula contracetiva e a vacina que previne o cancro do colo do útero. Esta vacina foi integrada no plano nacional de vacinação em 2009 e dispensada às raparigas jovens. De fora ficaram todas as outras mulheres que para prevenirem este cancro recorriam à compra da vacina nas farmácias.

O cancro do colo do útero é a segunda causa de morte (a seguir ao cancro da mama) entre as mulheres jovens (15-44 anos) na Europa. Portugal regista a maior incidência dos países da União Europeia: cerca de 17 casos por cada 100 mil habitantes, com 900 novos casos por ano. Todos os anos morrem no nosso paí­s cerca de 300 mulheres com este tipo de cancro.

O governo decidiu também deixar de comparticipar a pílula contracetiva. Dos 5 euros e qualquer coisa, uma embalagem passará a custar cerca de 18 euros. A pílula continuará a ser dispensada gratuitamente nos centros de saúde, através das consultas de planeamento familiar, e ainda bem. Porém, dizer que os centros de saúde nem sempre a têm não é novidade como também não é novidade dizer que para ir a uma consulta a um centro de saúde se tem de perder uma manhã ou uma tarde de trabalho.

O que também não é novidade para ninguém é que a medicina preventiva é mais barata que a medicina curativa e, sobretudo, mais humana.

Sempre em nome da poupança, o governo parece estar a sugerir (ou a impor) às mulheres uma nova forma de organização da sua vida sexual: sem sexo não é preciso pílula contracetiva; sem sexo quase se esgota a possibilidade de transmissão do vírus do papiloma humano. O resultado será, evidentemente, outro: aumentará a incidência de cancro do colo do útero e de gravidezes indesejadas.

defender a escola pública



Sábado Rossio 15 horas

Mais informações aqui.

Protesto dos professores desempregados

Este dia 10 de Setembro, às 15h00, no Rossio, protesto de professores desempregados.


NÃO AO MAIOR DESPEDIMENTO DA HISTÓRIA DO ENSINO

Sem professores não há escola pública de qualidade. Dezenas de milhares de docentes vão ser afastados em Setembro devido aos cortes irresponsáveis impostos às escolas. As consequências serão turmas maiores e menos apoios educativos.

A redução radical do crédito de horas destinadas a projectos escolares e os cortes orçamentais ameaçam a qualidade da escola pública. Os professores que ficarem terão ainda mais trabalho e menos salário. Muitos de nós, contratados, que toda uma vida profissional saltámos de escola em escola, sempre deixados de fora da carreira, seremos empurrados da precariedade para o desemprego. Este mega-despedimento ataca os nossos direitos mas também a escola pública como parte da democracia.

Dizem-nos que a culpa é da dívida. Mas não fomos nós - professores precários que se sacrificaram anos a fio – que fizemos essa dívida. Cabe a quem brincou com a economia do país e engordou com a crise assumir as suas responsabilidades. Nem os professores, nem a escola, nem os alunos devem pagar essa conta. Em vez de nos lançar na crise, é preciso investir na Escola para o país superar a crise.

Somos professores, somos precários. Em nome dos alunos e do seu sucesso, não baixamos os braços. Em Setembro, varridos das escolas, iremos para a rua. Aqui, solidários com cada escola amputada, estaremos em protesto.

RECUSAMOS O DESEMPREGO
SOMOS INDISPENSÁVEIS
VAMOS SALVAR A ESCOLA PÚBLICA

bater no fundo