Visita ao BPN

Copiem, malditos!

Se nos roubarem Abril dar-vos-emos Maio




Imagem por: Gui Castro Felga

Teleléguiados

Processando a Deutsche TeleKom, Malte Spitz conseguiu acesso a seis meses de informação que esta empresa tinha guardada sobre o seu telemóvel. Depois foi só fazer um mapa interactivo que reconstitui o seu dia... Ver aqui. Indispensável para qualquer paranóico dos dias de hoje.

Troikadilhos estúpidos contra a estupidez da inevitabilidade política da troika

Para eles, a conta da austeridade não troika a todos.

Para eles, as eleições são apenas uma troika de casais entre os mesmos de sempre.

Troika de vida se quiseres viver contrafeito.

Ou então troika-lhes as voltas.

A banca está em pulgas com a ajuda que o FMI lhe vai trazer!


facebook leaks




lei contra a precariedade

Movimento FERVE, Precários Inflexíveis, Intermitentes do Espectáculo e M12M (organizadores do protesto Geração à Rasca) lançaram hoje uma iniciativa legislativa popular, que pretende recolher as 35 mil assinaturas que obrigarão o Parlamento a discutir e a votar a Lei Contra a Precariedade laboral. Esta lei pretende combater a precariedade em três das suas vertentes mais comuns e inujstas: os falsos recibos verdes, as contratações a prazo e o trabalho temporário.

Para assinar e recolher assinaturas, informa-te aqui.

Animal Nobre

Zanguei-me com o populista do meu cão. Vejam só que até lhe chamei Nobre e tudo. Mas juro que o gajo estava a pedi-las: aqueles apelos suspeitos ao voto fácil dos zangados com a política e a conversa só para uso demagógico do “menos deputados”, aquela fúria privatizadora das empresas públicas, aquela ausência de respostas concretas sobre os problemas políticos e económicos junto com uma grandiloquência evasiva de quem pretende fazer uma política anti-política boazinha… Quando voltarmos a poder conversar, ele ainda me vai ter de explicar o estranho vínculo entre a animalidade e essa fúria privatizadora ou o salpicar de um certo "agostinhanismo da silva" com a vontade de fazer “forças de manutenção de paz” junto com o exército angolano e o da Guiné-Bissau.

quem sabe faz a hora

socratismo
















A jornalista Sofia Branco, autora do excelente livro sobre mutilação genital feminina, «Cicatrizes de Mulher», recusou fabricar uma notícia e fazer um «favorzinho» a José Sócrates. A resposta foi a sua despromoção, por quebra de confiança.

Para memória futura, aqui ficam os nomes da direcção de informação da Lusa:

Luís Miguel Viana - Director

Domingos Andrade - Director-adjunto

David Pontes - Director-adjunto

A Relevância das Agências de Rating e o Risco de Abuso de Posição Dominante

«A complexidade do sector em que se insere a actividade das Denunciadas, assim como a dimensão das consequências dela emergentes, requerem explicações prévias à exposição dos factos que indiciam comportamentos presumivelmente criminais e que são objecto da presente denúncia.

Estamos hoje confrontados com uma crise económica e financeira global, que afecta com particular incidência alguns países e os seus povos. Designadamente a Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal têm sido submetidos a planos de austeridade no contexto da crise financeira e que importam custos sociais da perda ou redução de direitos fundamentais como o do trabalho, da habitação e até de recursos para a própria sobrevivência.

Ora, o desencadear destas crises decorre de uma responsabilidade concreta, imputável a pessoas e instituições determinadas, nomeadamente aquelas que têm contribuído e beneficiado com os excessos do mercado financeiro.

E, se há que admitir que há graus distintos de gravidade na actuação dos prevaricadores, é inaceitável que continue a prolongar-se a impunidade existente até aqui.

Neste momento, as três mais importantes agências de notação financeira, precisamente as aqui denunciadas, noticiam e divulgam, diariamente, classificações de rating que, com manifesto exagero e sem bases rigorosamente objectivas, penalizam os interesses portugueses, originando uma subida constante, dos juros da dívida soberana.

Esta situação já provocou reacções como a do Presidente da República de Portugal que, como foi amplamente noticiado no dia 1 de Abril último, se manifestou publicamente contra a classificação anunciada para Portugal, e declarou que a situação portuguesa não a justificava de maneira nenhuma, considerando-a um “exagero muito grande”».

Ler o resto do texto e assinar a petição aqui.


jotinha marketeer










O Ministério das Finanças não sabe ao certo quantos trabalhadores precários existem. Depois dos resultados dos Censos estará, provavelmente, em condições de afirmar que não existe nenhum. Mas, até lá, o que se sabe é que, devido às limitações na contratação no sector público impostas pelos vários PEC, o Estado se tornou um óptimo cliente das empresas de trabalho temporário (ETT). Quem o afirma são as próprias ETT, que estabelecem uma relação causal entre a proibição de contratação na Administração Pública e o aumento da sua actividade, nomeadamente no fornecimento de trabalhadores descartáveis ao Estado.

Em 2010, a precariedade custou às contas públicas 384 milhões de Euros, gastos em contratos a prazo, recibos verdes e ETT. O suposto combate aos falsos recibos verdes na Administração Pública resultou no aprofundamento da precariedade destes trabalhadores, uma vez que o caminho seguido foi o da substituição do recibo verde por contratos de trabalho temporário, via ETT.

Esta forma de relacionamento do Estado com os seus trabalhadores não é consentânea com a propaganda da Juventude Socialista. A responsabilidade de combater a precariedade está nas mãos do Partido Socialista há tempo suficiente para que fosse possível apresentar resultados. Mas tudo o que há para apresentar são as diversas operações cosméticas, que ignoram e desrespeitam as dificuldades de quem trabalha.

O debate sobre os falsos recibos verdes foi o último da legislatura. Quem quis, teve oportunidade de se mostrar favorável ao combate aos recibos verdes e à possibilidade de intervenção da ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) nos sectores público e privado; à clarificação entre trabalho independente e falso recibo verde; à obrigatoriedade de integração dos falsos trabalhadores independentes nos quadros das empresas, na segurança social e nas finanças; à constituição de crime de desobediência qualificada quando o empregador não cumprir as ordens da ACT de regularização dos falsos recibos verdes (ou seja, se depois da notificação da ACT a empresa não regularizar a situação, é responsabilidade do Ministério Público processá-la). O que fez o PS e os seus jotinhas?... Votaram contra, juntamente com o PSD e o CDS.

Os resultados e a prática desmentem a propaganda, por mais gira e modernaça que tenha sido a ideia do jotinha marketeer.

categoricamente

o dia das mentiras comemora-se em março

Quantos Nobres cabem na AMI?


















A resposta certa é seis: o Fernando, a Leonor, o Carlos, o José Luís, a Isabel e a Alice.

Ver aqui, com mais definição, esta lata de salsichas.

Boaventurado compromisso

Um “compromisso nacional” havia mais tarde ou mais cedo de surgir. Afinal, a principal peça da ofensiva austeritária é o dito “interesse nacional” e os candidatos a ilustres e responsáveis senadores do país pululam. Já o que pode espantar é que na lista do compromisso (bac)oco surja o nome de Boaventura Sousa Santos a assinar agora o que tão bem desmentiu ainda há poucos dias.
“Boaventura compromisso” apela ao presidente e partidos “para garantir a capacidade de execução de um plano de ação imediato, que permita assegurar a credibilidade externa e o regular financiamento da economia, evitando perturbações adicionais numa campanha eleitoral que deve contribuir para uma escolha serena, livre e informada”e para “assegurar que o próximo Governo será suportado por uma maioria inequívoca, indispensável na construção do consenso mínimo para responder à crise”, porque “uma solução governativa estável” “constitui a primeira premissa para que os Portugueses possam encontrar uma razão de ser nos sacrifícios presentes e encarar com esperança o próximo futuro.”
Mais, acrescenta já a receita: “esse consenso mínimo deverá formar-se sobre o processo de consolidação orçamental e a trajetória de ajustamento para os próximos três anos prevista na última versão do Programa de Estabilidade e Crescimento”.
Resumindo: compromisso para um plano imediato para a credibilidade externa (e não há outro que não o da austeridade que é o compromisso vigente) e para constituir uma maioria (e esta adivinha-se é a dos responsáveis pela política de recessão), sujeitando-nos ao PEC para os próximos três aninhos.
Esperto, Boaventura sem compromisso já topou o filme todo dos compromissos dominantes no país e responde: “O que neste momento se está a definir como solução para a crise que o país atravessa não fará mais que aprofundá-la. Eis o itinerário. A intervenção do FMI começará com declarações solenes de que a situação do país é muito mais grave do que se tem dito (o ventríloquo pode ser o líder do PSD, se ganhar as eleições). As medidas impostas serão a privatização do que resta do sector empresarial e financeiro do Estado, a máxima precarização do trabalho, o corte nos serviços e subsídios públicos, o que pode levar, por exemplo, a que o preço dos transportes ou do pão suba de um dia para o outro para o triplo, despedimentos na função pública, cortes nas pensões e nos salários (a começar pelos subsídios de férias e de Natal, um “privilégio” que os jovens do FMI não entendem) e a transformação do SNS num serviço residual.”
E esclarece-nos ainda sobre o que se se passará depois dos tais aninhos PEC: “Feita a intervenção de emergência – que os portugueses serão induzidos a ver como uma necessidade e não como um certificado de óbito às suas justas aspirações de progresso e de dignidade –, entra o Banco Mundial para fornecer o crédito de longa duração que permitirá “reconstruir” o país, ou seja, para assegurar que serão os mercados e as agências de rating a ditar ao país o que pode e não pode ser feito. Serão ocultadas as seguintes irracionalidades: que o modelo imposto ao mundo está falido na sua sede, os EUA; que o FMI faz tudo para servir os interesses financeiros norte-americanos, até para se defender do movimento que houve no Congresso para o extinguir;
que o maior credor dos EUA, a China, e segunda maior economia do mundo, tem o mesmo poder de voto no FMI que a Bélgica; que as agências de rating manipulam a realidade financeira para proporcionar aos seus clientes “rendas financeiras excessivas”.
O primeiro discurso vende-nos o manto do compromisso do sacrifício de todos a bem do interesse nacional que cobre os interesses dos donos de Portugal. O segundo mostra bem o que está por detrás desta capa e que nos vão “induzir” a “ver como necessário”. Serão os dois Boaventuras compatíveis? Ou podemos escolher só um e esquecer o outro?

Eles querem continuar a viver acima das nossas possibilidades

Dívida privada, factura pública

Strauss-Kahn, director do FMI, diz que o problema português não é tanto a dívida pública como a dívida privada e o financiamento dos bancos, esses mesmo que distribuem dividendos obscenos e que atribuem regalias principescas aos chefes. Mas se a dívida é privada porque é que a factura é pública? Porque é que os lucros são privados e os prejuízos nacionalizados?

Reportagem: O FMI na Grécia e na Irlanda

manguito


portugal uncut #

Arrancou hoje o blogue do movimento Portugal Uncut, inspirado no homónimo britânico, UK Uncut, o movimento anti-austeridade que surgiu no Reino Unido a 27 de Outubro de 2010.

E apresentam-se assim:
O Portugal Uncut pretende desenvolver acções contra os cortes brutais, desnecessários e cegos nos serviços públicos e transferências sociais em todo o país. O corte nos benefícios fiscais, nas prestações sociais, no investimento público e nos salários vai atingir todos os aspectos da nossa vida: desde os cuidados médicos à educação, passando pela habitação, pela protecção ambiental e pelos incentivos ao desporto e às artes.

Portugal Uncut é um movimento horizontal. Tal como nos restantes Uncut, queremos chegar a todos os grupos etários e de todas as origens sociais. Trata-se de um movimento independente e apartidário com o objectivo de desmatelar um sistema que favorece as finanças e não a comunidade. Não temos um modelo de protesto fixo, um discurso formatado, não saímos à rua a horas certas e não precisamos de sair todos ao mesmo tempo. Somos um movimento pacífico, as nossas armas são a imaginação, a informação e o poder que temos quando nos juntamos - na rua, nas redes sociais, por aí. (Ver mais aqui).

O movimento tem blogue, twitter e página no facebook.

Os amigos e as ocasiões

O embuste do «interesse nacional» merece ser todos os dias escavacado: sabemos exactamente a que interesse e a que nação diz respeito. Também não vale agora a pena discutir até que ponto o seu sentido pode ou deve ser disputado no debate político corrente. Por mim, até ponto nenhum: prefiro a luta de classes. Mas quando a reacção de Ana Gomes à convergência das esquerdas baseia no «interesse nacional» a importância da inclusão do BE e do PCP em novos consensos políticos que respondam à crise (e, a bem dizer, redireccionem a austeridade para onde é justa e precisa), não deixo de, enternecido, reconhecer que quem é vivo sempre aparece. Reduzam o gesto a mero foguetório ou tesão do mijo - e terão toda a razão.

Esta ideia cancerosa (bom dia Manuel Alegre) de ganhar a ala esquerda do PS para a contra-hegemonia não deve cair, e será bom sinal se ouvirmos ad nauseum o elegantíssimo adjectivo histérica para acarinhar Ana Gomes - é porque certamente está a a fazer um bom trabalho, como de resto tem feito. Mas não me venham com beijinhos inconsequentes. Já a multiplicidade de orgasmos em torno da "aproximação" entre o BE e o PC também tem muito que se le diga, não tem que se le? Quais as divergências na política económica de resposta à austeridade? Afinal divergiam? Assim tanto? E o que é convergir? É formar um novo partido? É marcar uma manif conjunta? É cantar a Internacional? Se a ideia é fazer política, tudo bem, se é brincar à unidade, tende lá paciência, mas eu não me dou com comunas.

ine lava mais branco

Primeiro, foram os falsos recibos verdes; depois, os sem-abrigo; e, agora, a população reclusa. O branqueamento do retrato do País parece não ter limites e os Censos estão mesmo a ser usados para esse fim.

As ocupações desempenhadas pela população reclusa nos estabelecimentos prisionais (limpeza das instalações, lavandaria, cozinhas, jardins e actividades nas diversas oficinas - carpintaria, serralharia mecânica...) estão a ser consideradas trabalho efectivo, para efeitos censitários. Apetece perguntar: se estas actividades são consideradas emprego, depois do cumprimento da pena (que passará a equivaler a um despedimento sem justa causa), a estas pessoas será atribuído, de imediato, o subsídio de desemprego?

Mais, se a população reclusa aufere 2 euros por dia pelo desempenho destas actividades, é necessário denunciar a entidade empregadora: o salário pago viola a lei, uma vez que está abaixo dos 485 euros (a não ser que estas pessoas sejam consideradas trabalhadores independentes e passem o respectivo recibo verde).