Onde está a próxima Revolução?

Mais uma cisão em nome da unidade


Jerónimo de Sousa já disse que "não se coloca" a questão dum entendimento eleitoral com o Bloco por causa, entre outras coisas, das "divergências em questões de fundo, em relação à União Europeia e em matéria económica". Mas a Ruptura/FER não se conforma e logo em seguida Gil Garcia pré-anunciou a saída do Bloco na próxima Convenção - a três semanas das eleições - "para formar uma nova força política que obrigue o PCP e o Bloco à unidade".

Se eu fosse um mercado

Sem mecanismos comunitários que o impeçam, continuamos a vender dívida a juros cada vez mais altos e a recusar a possibilidade de solicitar o "auxílio" do FMI na esperança de que os mercados voltem a ter confiança no país.

Se eu fosse um mercado, punha um charuto na boca e esfregava as mãos de contente perante a possibilidade da subida de juros e esticava a corda até o país estar exangue. Mas, para além de eu não ser um mercado, sou um tipo ganancioso. Felizmente, estes mercados que perderam a confiança em nós só precisam de ser convencidos de que somos uns tipos porreiros. Tenho, por isso, a convicção de que se conseguirmos aguentar até ao Verão, organizamos uma sardinhada e pomos um ponto final na crise.

o vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos

Vi ontem, na edição online do Público, a notícia de que em várias cidades do país tinham sido colados cartazes, nas agências do BPN, que diziam: «O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos». Segui o link para o blog deste grupo, que se denomina «E o povo, pá?», e fiquei espantada. Estão lá as fotos das agências visitadas, um vídeo e uma espécie de manifesto onde estas pessoas se apresentam, explicam a razão do seu protesto e justificam a escolha do BPN.

Hoje, li a reportagem sobre essa acção na edição impressa do Público e fiquei sem dúvidas: trata-se de gente inteligente e com iniciativa. «Fartos de resmungar sozinhos» decidiram «resmungar para o megafone». Sairam à rua no 12 de Março e agora vêm dizer: «Estamos assim porque nos estão a roubar».

Uma das coisas mais interessantes que esta gente traz à discussão é a tradução de políticas e números em linguagem entendível. Para mim, 6500 milhões de euros é uma ordem de grandeza que me ultrapassa. Consigo perceber que é muito dinheiro pela quantidade de zeros à direita. No entanto, dizer que isso equivale a 13 milhões de salários mínimos ou a 4% do PIB esclarece-me verdadeiramente.

A cereja em cima do bolo é dada, na tal reportagem do Público de hoje, quando é relatada a conversa sobre a escolha da música para o vídeo. «O melhor é colocar qualquer coisa inócua. Se metemos punk, vão dizer que somos anarquistas. Se metemos Seu Jorge, vão perguntar: 'O que é que querem dizer com isto?' Alguém pediu um segundo sentido? Que tal algo islandês? Bjork. It's all so quiet».

A ligação da questão do BPN, ou roubo, como lhe chamam, ao sucedido na Islândia é, de facto, interessante e inteligente. Em Portugal, aceitamos quase em silêncio uma nacionalização ruinosa; na Islândia, a democracia venceu a corrupção e o compadrio. Como dizem no manifesto, «o caso BPN configura o processo de desagregação do Estado democrático, onde se salvam os accionistas e as entidades reguladoras, onde se escolhe salvar os activos nacionalizando os prejuízos à conta dos impostos que pagamos. O caso BPN diz-nos que em Portugal a fraude compensa e, quando esta vence, a democracia perde. Portugal está transformado num país onde há Estado máximo para alguns e Estado mínimo para quase todas as outras pessoas».

Confesso que fiquei bem impressionada com esta gente, mas, mais do que isso, revi-me na sua iniciativa. Tenho pena que queiram manter o anonimato, não porque não aceite as razões que invocam, mas porque tenho a certeza de que ia gostar de os conhecer. E faço coro: «Não nos falem de austeridade, falem-nos de justiça».

Um currículo como se uma vida

A vida dela escrevia-se como se um currículo. O currículo era como se a publicidade da vida dela tão outra. O currículo era como se o obituário entrelinhado das esperanças de um si mesmo tão ausente. O currículo, entrelaçado à indispensável carta de apresentação mutante, fazia perigosamente estar ali tudo.
Apesar de se escrever nele apenas o reverso de um mundo de anúncios. Capacidades, empenhos, destrezas. Inovação por medida, liderança e espírito de equipa, juventude e experiência máxima. Dinamismo conformista. Uma auto-confiança tão elaborada que era uma fragilidade evidente. O currículo era a escrita de um campo de valores artificiais e de uma política do eu produtivo numa linguagem tão empresarialmente correcta que ela não poderia nunca acreditar que ali se escrevia.
Assim, ela insistia intimamente tanto que não, quanto publicamente fazia crer(-se) que sim. Publicamente, escrevia-se nesse eu táctico uma outra pessoa necessariamente competitiva, a puxar de galões, buscando capitalizar qualquer pedaço dessa vida que vendia a seu favor, necessitando de acreditar nele para se fazer acreditar. Excepção e palco, numa perfeição que fazia quase suspeitar que não se pudesse encaixar ali uma vida.
Intimamente, o currículo surgia apenas como a escrita formal de um eu aparente, feita para permitir que alhures houvesse essa outra vida secreta que não é passível de ser escrita nos currículos. Cabelos, chuva, manhãs sonolentas e sorrisos cúmplices, pequenas coisas as maiores que não cabem num currículo. Os vícios privados e insignificantes que existem no tempo em que a vida se revolta e tem existência acurricular.
A vida dela insistia em escrever-se perfeitamente como se um currículo. Foi daí que surgiu o pesadelo recorrente de que o obituário da sua vida real era apenas o seu currículo.

se não gostas de ser explorado, não explores

O Diário de Notícias dá hoje conta de um estudo realizado pela CGTP, com base em dados do INE e do Ministério do Trabalho, que revela que as mulheres, para além da sua jornada de trabalho remunerado, lhe acrescentam mais 16 horas, não remuneradas, com tarefas relacionadas com a família.

Os números são novidade, mas apenas confirmam aquilo que toda a gente já sabia: a entrada das mulheres no mundo do trabalho assalariado não lhes retirou responsabilidades com as tarefas domésticas e de apoio à família (crianças e velhos).

Do meu ponto de vista, isto só lá vai se duas ideias forem claras:

1. Substituir o tranquilizador argumento da «ajudinha» pela prática da partilha;

2. Perceber que não se constrói igualdade, entre outras coisas, com políticas de austeridade cegas: quando se corta nos apoios sociais, aumenta-se o fardo das mulheres, uma vez que são elas as «tapa-furos» da ausência de Estado social.

Sócrates obcecado pela "geração parva"

a catástrofe de fukushima

Os defensores da energia nuclear argumentam que Chernobyl só foi possível porque a tecnologia e as normas de segurança soviéticas eram miseráveis. Estes argumentos levar-nos-iam a supor que nas democracias capitalistas o risco de desastre nuclear seria praticamente inexistente. É caso para perguntar: como é possível que o Japão, um dos países tecnologicamente mais avançados do mundo, esteja a braços com uma catástrofe nuclear? «As doses de radiação poderão ser potencialmente letais num curto espaço de tempo», diz Gregory Jaczko, presidente da Comissão Reguladora da Energia Nuclear norte-americana; a contaminação radioactiva espalha-se já por um raio de 80 quilómetros. A verdade é que nem a tecnologia mais avançada nem as mais rigorosas normas de segurança são capazes de garantir o risco zero. Os riscos podem ser minimizados, mas não podem ser totalmente eliminados.

Fukushima relançou a questão da energia nuclear, nomeadamente na Europa. Os governos europeus, de uma forma geral, têm tentado passar a ideia de que o desastre de Fukushima está circunscrito e não assume proporções dramáticas. O ministro francês da Indústria, Eric Besson, referiu-se a estes acontecimentos como «um acidente grave, mas não uma catátrofe nuclear»; o Secretário de Estado Chris Huhne disse que o que aconteceu no Japão não tem paralelo com a situação britânica, em virtude de aqui a actividade sísmica ser muito menor; o editorial de um jornal belga comparava o número de vítimas do tsunami com as da fuga radioactiva. Esta comparação é absurda não só porque o número de vítimas de um desastre nuclear se conta ao longo dos anos, mas também porque se compara um acidente natural, inevitável, com uma catástrofe perfeitamente evitável e de origem humana. Juntando a tudo isto as várias denúncias de falsificação de dados sísmicos (Sortir du Nucléaire), percebe-se facilmente que o objectivo deste discurso é evitar uma nova mobilização anti-nuclear.

Os argumentos do lobby nuclear são inaceitáveis e escondem o fundamental: a energia nuclear tem capacidade para destruir toda a humanidade.

Há dias conversava com um amigo meu, designer, que me falava de uma discussão em que tinha participado sobre que símbolos criar, para sinalizar cemitérios e depósitos de resíduos nucleares, de forma a garantir que estes fossem compreensíveis daqui a uns milhares de anos.

O debate em torno da opção nuclear é um debate eminentemente político, já que é de uma escolha de modelo de civilização que se trata. O grande desafio da humanidade, como diz Daniel Tanuro, é acabar simultaneamente com a energia nuclear e com o recurso a combustíveis fósseis. Ora, isto implica não apenas enormes investimentos em soluções eficientes, mas também a diminuição do consumo energético, principalmente nos países mais desenvolvidos.

Em última análise, este projecto reclama um outro compromisso económico, social e político, uma vez que, como diz o economista Paul Sweezy, «não havendo nenhuma maneira de aumentar a capacidade do ambiente de suportar os fardos (económico e demográfico) colocados sobre ele, resulta que o ajuste deve vir inteiramente do outro lado da equação. E uma vez que o desequilíbrio já atingiu proporções perigosas, também se segue que o essencial para o êxito é uma reversão, não simplesmente um abrandamento, das tendências subjacentes nestes poucos séculos passados».

A crise como teatro político

Entra finalmente em cena a crise política esperada. E, sob o pano de fundo da crise económica, a austeridade encena-se como alternativa à austeridade. Daí que a tragicomédia da vida política portuguesa seja de má qualidade: um entretenimento ligeiro para fugir à realidade, previsível e pastoso.

PEC, o enredo interminável


PECado de surpresa, Passos Coelho afirma solenemente: o teatro acabou. E o número teatral sobre o fim do teatro parece resultar. Escreve um jornal de referência que a sala gelou. Apesar disso, todos sabem que a interpretação de Passos Coelho é fraca. Finge sofregamente não querer o PEC IV por calculismo político, para que seja já a sua vez de ir receber ordens da senhora Merkel. Por sua vez, Sócrates, que lhe tinha induzido a deixa, sabe como prosseguir a peça: o seu balão de oxigénio é o discurso “ou eu ou o FMI”, criador de instabilidade, o PSD será o filme de terror.

A crise política é esta dramatização vazia, a cortina que esconde o pacto político profundo para emagrecer o Estado Social e fazer pagar a crise aos/às mais pobres. Dramática mesmo é a nossa vida de austeridade imposta. O PEC é já o enredo interminável de um filme de terror social. E os que se declaram protagonistas da vida política portuguesa são apenas candidatos a produzir as suas sequelas.

(...)

Teatro da rua

Para além da instrumentalização passageira de Cavaco, os outros principais actores políticos vão fingindo que não se passou nada na rua. Talvez pensem que, se fingirem muito, a rua se esquecerá da força que sentiu. Talvez pensem que o discurso repetido da política da inevitabilidade há-de prevalecer. Talvez pensem que a televisão é o palco único possível da política e que esse palco é deles todos os dias. Mas o dia 12 de Março provou que a política pode mudar de palco. Provou que a inevitabilidade imposta se desfaz quando a vontade colectiva se afirma. Provou que a força de que não gosta destes enredos não está esquecida.

O teatro da rua é a política de novo socializada. E só esta força pode derrotar a austeridade, a memória selectiva do autoritarismo e o desejo de colocar os lucros acima das nossas vidas.


Ler na totalidade aqui.

sabe bem pagar tão pouco

A sociedade Recheio SGPS, que integra o universo empresarial do grupo Jerónimo Martins (JM) - proprietário da cadeia de supermercados Pingo Doce - perdeu a primeira batalha para impedir a cobrança de 20,88 milhões de IRC.

Para quem, como Manuel dos Santos, anda a pregar a ética empresarial, esta decisão veio confirmar diversos provérbios populares: Olha para o que eu faço, não olhes para o que eu digo; O hábito não faz o monge; Não bate a bota com a perdigota; Não há bela sem senão; As aparências iludem; Antes sê-lo que parecê-lo; Cara de mel, coração de fel; Com bom traje se esconde ruim linhagem; Nem tudo o que parece é...

E o stresse do povo, pá?

O "sobressalto cívico" começa a dar resultados!

Pérolas do debate parlamentar (Colheita 2011)

Identidades musculadas

A proclamação percorreu a Europa. Os governantes conservadores dos mais poderosos Estados europeus declararam estridentemente: o multiculturalismo falhou.

Nunca esclareceram o que entendem por multiculturalismo nem porque supostamente falhou. Limitam-se a constatar esse “falhanço” como se fosse óbvio e a apresentar como alternativa um assimilacionismo duro feito de “identidades musculadas” como se fosse a única solução. Ao fazê-lo apoiam-se e estimulam preconceitos profundos da Europa “civilizada”, pronta a (re)descobrir bodes expiatórios em tempo de crise. (...)

A proclamação de falhanço do multiculturalismo ilude o balanço da política imoral da Europa fortaleza, do “Frontex”, da “directiva da vergonha” (que uniformiza o modo de tratar estrangeiros/as ilegais: ou seja dá-lhes a expulsão como futuro), dos centros de detenção de imigrantes que permitem uma regulação muito musculada da mão-de-obra feita de abusos constantes, num jogo do gato e do rato que fabrica sem-papéis, seres humanos ilegais. E mesmo quem tem documentos só teria lugar na Europa como trabalhador/a descartável. No fundo, é este carácter utilitário, o sonho de usar mão-de-obra e de a mandar fora mantendo as características essenciais “puras” da sociedade de partida, que entrou em colapso porque os/as imigrantes estão para ficar e trouxeram outras formas de viver. E face a esta evidência responde-se mantendo más condições, juntando estigmatização ao mais alto nível e propondo assimilação, ou seja apagamento do que antes se procurava tornar invisível.

A verdadeira face da política de imigração europeia encontra-se cruamente nos campos agrícolas do Sul da Europa. A verdadeira face da política de imigração europeia encontrava-se na violência dos regimes ditatoriais do norte de África que, para além de fornecerem matérias-primas valiosas, serviam/servem de preciosa válvula para estancar a entrada massiva de imigrantes. As declarações de Merkel e companhia que remetem para um “perigo islâmico”, para uma Europa minada de minaretes, com as ruas cheias de véus e de burkas, escondem a islamofobia. E não deixa de ser irónico que as revoltas árabes pela democracia e pela justiça social lhes tenham respondido com tanta prontidão colocando em causa os seus preconceitos de base.

A verdadeira face da política de imigração europeia está ainda mais claramente na estimativa de que, desde 1988, 14.000 pessoas morreram na tentativa de penetrar nas muralhas da fortaleza Europa. Tolerância excessiva?

(...)

O resto está aqui.

"Elas somos nós" ontem, hoje e sempre


Neste Dia Internacional das Mulheres, breve retoma blogosférica.

8 de Março-Um dia que nasce, em 1910, para dar visibilidade às lutas de mulheres trabalhadoras por melhores condições de trabalho, pelo direito ao voto, por direitos, por igualdade e que nasce precisamente também para denunciar as desigualades gritantes e dar alento a uma mudança estrutural. 100 anos depois (começou a ser celebrado em 1911) importa termos memória histórica, não esquecer de onde vimos, o que contribuiu para a mudança, olhar sem palas, mas com confiança, para as realidades que temos e continuar a construir a mudança necessária para uma efectiva e plena igualdade.

Hoje, em diversos sites, redes sociais, jornais, podem encontrar-se vídeos, artigos, etc, muito bons sobre este dia, o que ele representa, o que ele pode vir ainda a representar, o muito que resta por fazer, acima de tudo: as realidades para as quais ele nos convoca. Deixo aqui alguns, muito diversos:

http://www.youtube.com/watch?v=aJvO716LH4c (Campanha Dia Internacional das Mulheres, Brasil)
http://www.ionline.pt/conteudo/109047-o-papel-das-mulheres-na-reconstrucao-um-novo-egipto (O Papel das mulheres na reconstrução de um novo egipto, jornal i)
http://www.publico.pt/Sociedade/a-violacao-usada-como-arma-de-guerra-no-congo_1483727 (O corpo das mulheres usados como armas da guerra, Público)
Adenda: Ora, vejam lá mais estes (sim eu sei, não só pouco escrevi como ainda só remeto para escritas dos/as outros/as. É o que se chama "ter lata", um direito que as mulheres também a custo lá foram adquirindo:)
http://www.youtube.com/watch?v=J9oMOoQXSSI&feature=relat (video homenagem de uma organização de homens contra a violência, américa latina)
O título desde post usa e abusa do título que tanto me diz e significa do livro da Andrea Peniche.


Emoção de censura

Deolindando de barato isso da geração e da educação, aconteceu que uma música permitiu identificações colectivas e soltou uma emoção que andava entalada em muitas gargantas. Uma sonora emoção de censura.

Não vale a pena fazer muitos exercícios à sua volta para procurar as suas limitações estéticas ou políticas. Sabemos que, como chapéus, gerações há muitas, e parvos ou palermas, encontraremos à sombra da mesma condição gente de muitas idades, encontraremos muitas resignações e resistências diferentes. Para além do mais, muitos/as dos verdes estão afinal já mais que maduros. E, sim, isso do canudo não é privilégio nem via rápida para o emprego, é direito. Sim, o que é parvo de facto, apenas e tão só, é ser escravo/a numa sociedade de abundância.

Deolindando de barato isso da geração e da educação, dia 12 será dia de emoção de censura. Uma estridente emoção de censura. Precários/as, já nos identificámos, já nos encontrámos, já nos fizemos ouvir. Falta desconstruir profundamente a ideia que isto tem mesmo de ser assim. E impor a possibilidade de mudar tudo.

Merkel, escuta: Vais levar com os Homens da Luta!

Khadafi fala aos portugueses

So you think you can, bitch?

Acabou-se a geração à rasca! Não mais seremos mal tratados por uma economia parva e, como bónus, não mais teremos que ouvir os Deolinda.


Mas o que raio é um "pitch"?
Fácil, um "pitch" (lê-se pêtch) "é uma apresentação simples e clara de quem és e o que procuras, o que te torna único e especial".

Fixe! E posso falar sobre o quê?
"Fala de ti e do que te torna uma proposta de valor única! Fala das tuas viagens de interrail, dos grupos que crias no facebook, do site/blog que escreves, das motas que coleccionas e dos raids de fotografias que fazes aos fins-de-semana. Mostra que és a pessoa que ajuda os amigos quando precisam, que és desenrascado e muito mais do que a tua formação e experiência profissional."

Iupi! Eu faço isso tudo! Mas sou tão envergonhado...
"Nós estamos à espera que fiques nervoso e que tenhas incerteza e dúvidas. ARRISCA!"

Mas o que é que dizem as pessoas que já arriscaram?
A Carina de 22 anos, por exemplo, diz que "crise é uma palavra que não existe no meu vocabulário", o Francisco, de 29, diz que quer "enriquecer a marca «Eu»" e o Ricardo, de 24, diz: "As letras do meu ADN formam sempre as mesmas palavras: Pro-Actividade, Espírito de Equipa e Vontade de Vencer! Junto o útil ao agradável! Sou um mouro do trabalho e ainda o faço com um sorriso de satisfação estampado no rosto. Adapto-me bem a novas realidades e faço por aprender mais e melhor. Para mim, não há barreiras, existem metas!".


Por isso, se consegues escrever frases com muitos pontos de exclamação, vem-nos mostrar quantas vezes consegues dizer "Puta que vos pariu!" em 2 minutos!