A crise vista de Carnaxide
o sol aos quadradinhos
Conspiradores maricas ameaçam estado de Israel
Ponto 1: Da mentira como ponto de partida
“É notável a quantidade de grupinhos subsidiários do Bloco de Esquerda.” O autor revela-nos então, o que deve ser resultado de algum estudo sociológico desconhecido ou de um trabalho profundo de jornalismo de investigação, a relação deste grupos: “Do Comité de Solidariedade com a Palestina à Frente de Combate à LesBiGayTransfobia, da Pobreza Zero ao SOS Racismo, da Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental ao meu preferido, o Colectivo Mumia Abu-Jamal (é uma delícia imaginar que espécie de gente se junta no culto de um homicida).” Descontando a necessidade de responder ao insulto do “culto ao homicida” lançado sobre quem defende a inocência de Abu-Jamal, o autor não apresenta quaisquer provas para a insinuação de que estes grupos estão sob a alçada do Bloco de Esquerda (mais adiante fica esclarecido que é isso que entende por "subsidiários"). Acontece que, sabe quem conhece estes grupos, isto é mentira. E, aliás, sabe mesmo muita gente que isto é mentira. Será que António Gonçalves afinal não sabe do que fala?
Ponto 2: A revelação do grande objectivo conspiratório escondido
“Os nomes constituem uma fachada. Essencialmente, os grupinhos do Bloco têm um só objectivo: promover acções de propaganda contra Israel.” Devo dizer que fiquei entusiasmado nesta parte do texto porque achei que seria um exercício interessantíssimo demonstrar que todas as acções destes grupos se reduziam a este objectivo. Conseguiria o autor apresentar provas de que o SOS Racismo ou o Pobreza Zero (e sinceramente aqui não sei a que se refere o autor porque a única plataforma Pobreza Zero que conheço é esta que diz de si ter sido co-financiada pela FLAD que não será propriamente uma organização anti-sionista…) têm como único objectivo promover acções contra Israel? Claro que me desiludi porque tal como não são precisas provas sobre a pertença ao BE também não são precisas provas sobre este objectivo. Pelo que fiquei a pensar: terei perdido alguma crónica anterior em que o autor prova que o único objectivo do Bloco de Esquerda é fazer grupos “compostos apenas por uma ou duas criaturas” com o objectivo de acabar com Israel?
Ponto 3: O habitual insulto da loucura sempre tão benéfico ao debate político…
O autor classifica de seguida algumas acções destes grupos como de “pequena demência”. Exemplos: as “tentativas de boicote a um concerto de Leonard Cohen (que cantou em Telavive) ou do jogo entre o Benfica e o Hapoel (que é de Telavive)”. Descontando também o princípio de que o sociólogo transformado em psiquiatra deveria explicar em que consistiram estas acções para não utilizar argumentativamente factos que a maioria dos leitores desconhece distorcendo-os com a sua interpretação muito própria, caberia sobretudo explicar de que forma participar nelas, concordando-se ou não, implica “demência”.
Mas das pequenas demências não se guardam rancores. Interessam mais outras acções que já são de outra liga: são “demência completa” e seu o único exemplo é “o protesto pelo patrocínio da embaixada israelita em Portugal a um Festival de Cinema Gay e Lésbico”. Também não se explica porque se trata de demência completa porque há urgências maiores: fazer uma piadola com maricas. “Se apetece ceder a meia dúzia de graçolas a propósito de um festival de cinema sexualmente orientado, a graça maior está no facto de "activistas" alegadamente em prol dos direitos gay defenderem a Palestina, que formal e informalmente discrimina, tortura e mata os "pervertidos", e abominarem Israel, que faz dos seus homossexuais plenos cidadãos (…). Não seria diferente se uma associação de perdizes reivindicasse o alargamento do período de caça.” Portanto, defender um Estado Palestiniano é igual a defender a homofobia. Quais perdizes, este é o estranho caso dos maricas suicidas que reivindicam o direito de alastrar a homofobia… Bichas loucas.
Ponto 4: Quem o diz é quem o é; entre a amalgama e a reversão do insulto.
Reitere-se a conclusão acrescentando-lhe algo: “Os gays, os transgénicos, as mulheres, os pobres, as minorias étnicas, os palestinianos, o Abu-Jamal e restantes "oprimidos", com ou sem aspas, são o meio que "justifica" o desporto favorito dos bandos em causa, chame-se-lhe anti-semitismo ou, para consumo público, "anti-sionismo".” Passou despercebida a amalgama? Bom, pelo menos juntam-se as palavras e fica associado algo do conteúdo, apesar de qualquer dicionário explicar que anti-semitismo é a defesa da discriminação dos judeus e que anti-sionismo diz respeito, hoje, à oposição ao Estado de Israel enquanto Estado definido religiosamente como Estado Judeu (e portanto há judeus anti-sionistas).
Neste mundo povoado de dementes, em que os maricas defendem quem os oprime e atacam quem os defende, descobrimos que os seus manipuladores bloquistas (no sentido lato de todos os que fizeram parte destas acções ou movimentos) apenas se dizem anti-racistas para melhor conseguirem escapar sendo racistas…. “Numa época em que os vigilantes de serviço procuram "racistas", "fascistas" e "neonazis" em cada canto, espanta que não os descubram nas imediações do Bloco e da extrema-esquerda em geral, em Portugal os seus actuais e genuínos representantes.” Talvez até os gajos acusem os outros de serem racistas para ninguém perceber o seu racismo...
Ponto 5: A tentativa de exploração do pior do senso comum e a tirada homofóbica final que é o ponto de chegada inevitável de um texto sobre paneleiragem: “Falta acrescentar que os organizadores do Festival de Cinema Gay e Lésbico tremeram face às pressões e anunciaram que, de futuro, ponderam recusar subsídios de Israel, uma mariquice que lhes fica a matar e abre portas para os apoios de Gaza, Síria, Líbia e esse lugar exótico onde a homossexualidade nunca existiu, o Irão. Irão longe.” Como se sabe, os maricas são mariquinhas, ou seja são medricas sem coragem. Esse louco plano conspirativo do Bloco de Esquerda tem um ponto fraco: fazer com que sejam os mariquinhas a enfrentar o poderoso Estado de Israel; não seria um trabalho para homens a sério?
Há festa na Achada!
é fazer a conta
Voltei a tentar uns dias depois e, estando o site a funcionar, deparei-me com uma nova dificuldade. A determinada altura pedem-me que especifique o montante do saldo das contas bancárias do meu agregado familiar no dia 31 de Dezembro de 2009. Além de, evidentemente, não fazer a mínima ideia de qual era o saldo das contas nessa data específica, também não percebia se se referiam a contas à ordem ou a contas poupança ou às duas. Se calhar é uma dúvida parva, mas pronto, eu cá não estava capaz de chegar lá sozinha.
Como dizia o outro, é fazer a conta.
As Oportunidades fazem os ladrões
Sobre as Novas Oportunidades não haverá muito a dizer. Será um dos programas mais odiados do mediatismo político, feito à medida da classe D (driver da felicidade: parecer; desfruta das coisas simples do quotidiano: fazer compras, ver montras, ir ao hipermercado; é sensível à moda e à opinião alheia), o que não o torna muito diferente das Tardes da Júlia...
O Programa Novas Oportunidades tem imensos defeitos, certo, a começar por equiparar “competências” técnicas adquiridas no trabalho com “competências” em saberes académicos que não têm a mesma natureza. Mas o que sempre me faz sorrir é quando noto, por trás da crítica (muitas vezes avisada) aos erros estruturais do Programa, um laivo maldoso de elitismo “à antiga portuguesa”: "Oportunidades, sim, mas não muitas..."
Em tempos de guerra, cresce a tentação de subestimar quem, em aparência ou pela "lógica", deveria permanecer no fundo da escala social, o alvo da crítica é distorcido por uma miopia extrema que interpreta o "êxito" alheio como um roubo e algo sugere que é na praça pública que a vasta maioria "sans" (sans papiers, sans emploi, sans culottes, etc.) se condena a si mesma, recorrendo à retórica do opressor (fazendo-se instrumento dele) para procurar a mudança social. Fico como a outra: "faz-me lembrar a Alemanha nazi..."
As mulheres entediam-se facilmente
O grau de sexismo a que estamos expostos através da publicidade, não sendo novidade, não deixa de merecer a nossa atenção e uma veemente crítica. Poderíamos estar hoje habituados a séculos de opressão sexista que empurrou e continua a empurrar os homens para uma situação de subserviência, sujeito ao domínio das mulheres a quem, suprema injustiça, têm que agradar constantemente, acedendo aos seus seus inconstantes desejos. Acontece que o homem aqui retratado, impedido de impor a sua individualidade, pertence a uma representação de uma sociedade injusta assente num modelo de família matriarcal em que um homem nunca pode ser um grande homem a não ser que tenha atrás de si uma grande mulher.
isto anda tudo trocado
Queer Lisboa começa Hoje!
São só 2 jogos pá, andem lá..
A alegoria da sombra
“Os carros, as mansões, as acções na bolsa, as jóias, as piscinas e os cargos públicos continuarão a pertencer aos ricos, mas os seus corpos, em compensação, projectarão sombras mais curtas e menos densas. A decisão foi tomada ontem pelo governo de Zapatero e entrará em vigor a dois de Setembro. Do mesmo modo e de acordo com o novo decreto, os pensionistas, os desempregados, os trabalhadores precários e os indigentes não chegarão ao fim do mês, passarão frio, vasculharão no lixo e dormirão entre cartões, mas em troca terão mais sombra por corpo e de um tamanho maior. Enquanto que Amâncio Ortega, proprietário da Zara, terá a sombra de um rato, um “mil-eurista” projectará a sombra de dois elefantes e um mendigo sem abrigo a de cinco edifícios de dez pisos. Por fim os pobres poderão fazer sombra aos ricos.
De facto, noutros países progressistas em que a medida vem sendo aplicada desde há anos, muitos pobres encontraram trabalho graças às suas sombras. Nos EUA, à medida que avança implacavelmente o deserto, os milionários contratam imigrantes ilegais e homeless (cujas sombras gigantescas mantêm vastas zonas de verdura) para proteger os seus corpos e as suas propriedades. Muitos pobres morrem de insolação, mas os seus cadáveres, mesmo ao meio-dia, continuam a projectar múltiplas e enormes sombras sobre o mundo.
Na Austrália, onde a desertificação ameaça a sobrevivência, a greve de sombras de Março passado acabou num massacre: “não podemos aumentar o seu salários sem reduzir a sua utilidade”, declarou o porta-voz empresarial. Milhares de sobreviventes fugiram para as montanhas e ali, à sombra dos seus avós, viram crescer bosques, campos de trigo e musgos de solidariedade.
Agora preparam-se para resistir.”
Que boneco!
O que faziam duas ministras e um ex-ministro ontem à tarde numa escola de Coimbra?
Ana Jorge, Isabel Alçada e António Arnaut, respectivamente tia, prima afastada e pai do Serviço Nacional de Saúde, foram celebrar o Dia do SNS à EB 2,3 de Taveiro e lembrar aos alunos do 5º e 6º ano como é bom ser jovem, saudável e socialista.
António Arnaut, no meio do protagonismo das duas ministras, lá conseguiu falar da morte lenta da saúde em Portugal. A culpa nem é da direita (boa, verdadeira, cristalina) é da "direita de interesses", os maus, aqueles que só estão na política para se sentarem "à mesa da administração dos grandes grupos económicos” e não para fazer o bem sem olhar a quem.
Numa altura em que metade das consultas em Portugal são feitas por privados (os antigos particulares) e em que o número de portugueses sem médico de família ronda os 700 mil, a ministra dedicou-se ontem a mostrar aos alunos como o PS lhes trata da saúde e se possível, levarem esta mensagem aos paizinhos: o PS é bom, lavar os dentes depois das refeições, o PS é genial, comer frutas e legumes várias vezes por dia, Sócrates é o maior, o exercício físico faz bem à saúde.
Como se não bastasse tamanha patacoada, eis senão quando Isabel Alçada pediu uma roda de aplausos para a “maravilha de ter ali o ministro da saúde de há 31 anos” e entusiamada pela época de tradição académica por pouco não puxou um eferreá. Arnaut sorriu, combalido com tamanha gratidão.
já não sobra mais rastilho
Hoje, Sarkozy reagiu às declarações da Comissária europeia e, pela voz do senador Bruno Sido, fez saber que «(...) estão a ser aplicadas as leis europeias e francesas e que não há nada a reprovar no comportamento da França nesta matéria, mas que se os luxemburgueses quiserem ficar com eles [os ciganos] não há problema nenhum».
"Ffffffffff" - faz o balão
Sendo a CRP a lei mais difícil de ser mudada, ela ainda vai sendo o dispositivo que permite a manutenção de um Estado minimamente social em Portugal. Não é, portanto, surpresa para ninguém que a principal linha orientadora do PSD para a revisão cons'cional que quer seja a de esvaziar a Constituição para que possa aprofundar e acelerar o desmantelamento do Estado. A estratégia, aliás, já vem de trás: debilitar o Estado para mais facilmente se provar a sua ineficácia e, por essa via, minimizá-lo.
Assim, retirar o "tendencialmente gratuito" da saúde e da educação para que a classe média deixe de estar "sufocad[a] pelos impostos" não é mais do que instituir o Estado-Santa-Casa-da-Misericórdia, o Estado-Esmola, o Estado que não obriga os desgraçados dos que suam as estopinhas para ganhar um salário de 2000€ a pagar uma alarvidade de impostos mas depois dá uma ajudazinha de custo aos indigentes para curar as suas cirroses.
Mas o que é mais revelador nesta proposta é a tentativa de substituir a "justa causa" por "razão legalmente atendível". Não porque seja uma novidade que aqueles lados gostavam de ter um mercado de trabalho mais flexível, mas porque essa formulação tem o dom de submeter a CRP à restante legislação. Ora, para que é que serviria uma Constituição que permitisse tudo o que fosse feito dentro dos limites da legalidade? Esta não, então, uma proposta para alterar os limites impostos pela CRP mas, antes, uma proposta do seu esvaziamento. "Ffffffffff" - vai ela fazer mais tarde ou mais cedo.
No meio da confusão, o que nos vale é o avôzinho que impõe algum bom senso dizendo que não se deve mudar a não ser que seja para melhor.
Pelo que me toca, agradeço a PPC e ao avôzinho por tornarem o meu futuro voto no Alegre um bocadinho menos doloroso. Bem hajam!
Gago, quanto pagaste de propinas?
Não há cerimónias enquanto este «Ensino» só for público para quem tem 1000 euros para pagar as propinas.
Nós, grupo de estudantes aqui em protesto, dizemos: Ensino Superior Público para todos e todas.
14 de Setembro de 2010
Ele há de tudo
Os extremistas estão quase a chegar
baralhar para dar de novo
Transformar as Sakineh's em armas de arremesso contra a comunidade muçulmana que reside em França é a estratégia da UMP: baralhar para dar de novo, tomar a parte pelo todo e colher os dividendos.
Tenho vindo a dar conta da lista de coisas emanadas pela presidência francesa que considero inaceitáveis. E por isso, volto a dizer, não acredito na bondade de Sarkozy.
Usar as Sakineh's como armas de arremesso pode ser uma estratégia de enorme sucesso, mas é quase tão deplorável como condená-las à morte.
A cruz de Carlos
a notícia que não é dada
Tal big brother, temos acompanhado a sua precária existência e, no conforto dos nossos sofás, congratulamo-nos com o facto de terem assistido ao jogo da selecção chilena, assim como nos inquietamos com a descoberta das suas infidelidades. Conhecemos a sua dieta diária, o nome de quem os visita, bisbilhotamos as suas conversas por videoconferência e até damos palpites sobre o destino de eventuais indemnizações que venham a receber. Ficámos também a saber que esta situação surgiu por incúria da empresa detentora da mina e que esta tem um longo historial no desrespeito das condições de trabalho.
tridente
Hoje sinto-me em segurança. Chegou o Tridente, esse submarino que tanta falta nos fazia. Roubada, mas segura; seguramente roubada. Prova, mastiga e deita fora.
este filho de imigrantes que não gosta de estrangeiros
Os milhares de portugueses e portuguesas que residem em França estão incluídos neste pacote. E não será o facto de Sarkozy ter casa de férias na Comporta e usar sapatos de luxo made in Portugal que os dispensará do respectivo chuto no rabo.
Nos anos 1990, Le Pen parecia um anacrónico fascista em ascenção; alguns anos depois, o discurso da Frente Nacional é legitimado pelo actual presidente e convertido em lei.
Mas a escalada securitária está a provocar não só o esfrangalhamento da UMP como a questionar a própria estabilidade governativa. Alain Juppé, presidente da câmara de Bordéus e ex-primeiro-ministro, perguntava, a propósito da proposta de revogação da nacionalidade francesa a quem atente contra as autoridades: «É mais grave matar um polícia quando se é francês, bretão, há X gerações ou quando o somos de segunda geração magrebina?». Villepin e Raffarin, mais dois ex-primeiros-ministros da UMP, criticaram-no publicamente. Bernard Kouchner, ministro dos negócios estrangeiros confessou que ponderou demitir-se na sequência do escândalo das expulsões; Hervé Morin, ministro da defesa, denunciou o «discurso do ódio, do medo e dos bodes-expiatórios»; Fadela Amara, secretária de Estado, manifestou-se contra as propostas relativas à perda da nacionalidade; e até François Fillon, primeiro-ministro, reconheceu um certo mal-estar na maioria governamental e criticou certas propostas desta política securitária.
Espèce de .....!
O Presidente Nicolas Sarkozy anunciou hoje uma reforma das leis sobre a imigração que inclui a expulsão de França dos cidadãos europeus "sem meios duradouros de subsistência.
Será possível que a França vá esperar as presidenciais de 2012 para tirar de lá este ..... ??
Adenda: Muito bom post do Daniel Oliveira sobre este tema.
Onde andam os deputados do PS quando precisamos deles?
E agora, Sarkozy?
Com ministros a afirmarem a necessidade de escolher entre ser «francês ou vadio» e a defenderem penas de prisão até dois anos para os pais de menores delinquentes, como foi o caso de Christian Estrosi, ministro da indústria; com o porta-voz da UMP, Frédéric Lefebvre, a sustentar a relação entre delinquência e emigração, como Sarkozy também já havia feito, a chuva de críticas à deriva securitária não tem tido fim: da ONU à Igreja Católica, do Conselho da Europa às associações de imigrantes, da esquerda à direita.
Se é um facto que há neste rol de críticas bastante hipocrisia e memória muito curta, a verdade é que Sarkozy já não tem apenas que enfrentar a fúria expectável da esquerda e das associações de imigrantes.
Dois antigos primeiros-ministros, Villepin e Raffarin, juntaram a sua voz ao coro de críticas. Sarkozy foi ministro do interior do governo Villepin mas nem por isso este deixou de classificar as suas declarações de «provocatórias» e «extremamente perigosas». Raffarin apelidou estas políticas de «deriva direitista». Sarkozy tem, portanto, entre mãos mais uma batata quente para gerir: o esfrangalhamento da UMP.
Mas nem tudo foram más notícias para Sarkozy. A solidariedade também se fez sentir. Berlusconi, pela voz do ministro do interior (da Liga Norte), Roberto Maroni, fez saber da sua «intenção de ir mais longe do que a França».
Nos próximos dias Sarkozy e Fillon enfrentarão o poder das ruas. No sábado, 4 de Setembro, a rua dirá o que pensa sobre o racismo e a xenofobia. E três dias depois as ruas voltarão a encher-se em defesa da segurança social pública.
Por cá, as concentrações contra a expulsão dos ciganos também já têm sítio e hora marcados:
Lisboa: Embaixada de França, Calçada Marquês de Abrantes, nº 5, às 15h30.