Almeida Santos, presidente honorário do PS, teceu rasgados elogios aos sucessivos governos regionais de Alberto João Jardim. Aquilo que efectivamente me espanta nestas palavras não é o tanto o lugar de onde foram proferidas - sessão de encerramento do congresso do PS-Madeira - nem o eco que nos vem de idênticas considerações feitas em tempos por Jaime Gama. Anoto com surpresa esta admiração de alguns senadores socialistas pela figura do eterno rei do carnaval funchalense, mas não é algo que me tire o sono. Aquilo que me espanta mesmo é o modo como Almeida Santos justifica a imagem positiva que faz de Jardim. Apesar de «não apreciar» o modo como este faz «política», acentua o desenvolvimento «ao nível das infraestruturas urbanísticas, rodoviárias e turísticas». Registo portanto o entendimento da «política» como coisa menor, essencialmente confinada a um estilo retórico de intervenção. O exercício dos poderes públicos seria destinado, pois, ao mais nobre propósito de «fazer obra», processo entendido como meramente técnico e fundamentalmente neutral. Pensei que um socialista quisesse antes falar dos critérios de aplicação dos dinheiros públicos e da sua gestão, mencionar os ataques à liberdade de imprensa na ilha, preocupar-se com a forte permanência de bolsas de exclusão social no território. Sei lá, zurzir no recente «desterro» do cónego da Sé para o Machico. Qualcosa di sinistra.
História pública
Há 10 horas
6 comentários:
Rouba mas faz. Like it :P
Rouba mas faz mal.
clap clap clap clap
Rouba mal mas faz.
Rouba mal e faz mal.
Mal rouba, já está a fazer.
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