Diz-nos a teoria do Agenda Setting diz-nos que os media têm o poder de definir os aspectos mais relevantes da vida pública (prioridades, preocupações...) desde que transmitam uma mesma ideia com intensidade suficiente e durante um período de tempo suficientemente alargado.
É precisamente isso que está a acontecer com as insistentes notícias acerca de comportamentos não democráticos e/ou não éticos do primeiro ministro. O tipo de reacções que a notícia da chamada do PM à Comissão de Ética da AR é esclarecedor. As notícias das alegadas pressões sobre a comunicação social não são isoladas, são apenas mais um episódio de uma longa novela (a licenciatura, os projectos de habitação assinados por Sócrates, o assessor na Madeira, o Freeport...) que parece não ter fim. Ora, se depois da primeira notícia ainda se mantinha algum saudável clima de inocente-até-prova-em-contrário, a insistência em notícias do género tem o grave efeito de fazer com que cada vez mais pessoas, confiantes num "onde há fumo, há fogo" se apressem em julgamentos caseiros. O clima de suspeita é, claramente, insuportável, mas ele deve-se, acima de tudo, aos que suspeitam, não aos suspeitos. Exercer a cidadania num constante clima de desconfiança em relação a decisores políticos e instituições deita por terra os próprios fundamentos da democracia e abrem caminho a propostas de organização política mais musculadas.
E o pior nisto tudo é que o governo, que tem tomado decisões que são politicamente criticáveis, é cada vez mais criticado pela forma e não pelo conteúdo. É mais uma acha para a fogueira que arde à custa das ideologias políticas e que deixa nada mais do que as características pessoais de candidatos como factor de decisão do voto.
É precisamente isso que está a acontecer com as insistentes notícias acerca de comportamentos não democráticos e/ou não éticos do primeiro ministro. O tipo de reacções que a notícia da chamada do PM à Comissão de Ética da AR é esclarecedor. As notícias das alegadas pressões sobre a comunicação social não são isoladas, são apenas mais um episódio de uma longa novela (a licenciatura, os projectos de habitação assinados por Sócrates, o assessor na Madeira, o Freeport...) que parece não ter fim. Ora, se depois da primeira notícia ainda se mantinha algum saudável clima de inocente-até-prova-em-contrário, a insistência em notícias do género tem o grave efeito de fazer com que cada vez mais pessoas, confiantes num "onde há fumo, há fogo" se apressem em julgamentos caseiros. O clima de suspeita é, claramente, insuportável, mas ele deve-se, acima de tudo, aos que suspeitam, não aos suspeitos. Exercer a cidadania num constante clima de desconfiança em relação a decisores políticos e instituições deita por terra os próprios fundamentos da democracia e abrem caminho a propostas de organização política mais musculadas.
E o pior nisto tudo é que o governo, que tem tomado decisões que são politicamente criticáveis, é cada vez mais criticado pela forma e não pelo conteúdo. É mais uma acha para a fogueira que arde à custa das ideologias políticas e que deixa nada mais do que as características pessoais de candidatos como factor de decisão do voto.
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