A manifestação de amanhã e o respectivo apelo de convocação têm levado a acesas discussões à esquerda. Fica o convite para uma ronda pelas caixas de comentários do 5Dias, Arrastão e Entre as Brumas da Memória, mas como nem toda a gente é masoquista deixo aqui o meu "estado de alma" sobre o assunto. Desde logo, reitero a estranheza pela ingenuidade de gente capaz de gastar horas a falar da dialéctica entre a táctica e a estratégia, a elocubrar imensamente sobre princípios, traições e desvios, a recusar dar um passo à frente sob pena de dar logo de seguida dois atrás e… à primeira casca de banana colocada pela direita (des)organizada vai logo testar a resistência do solo. Estranha-me que quem sempre teve o cuidado da “suspeita”, de ler nas entrelinhas, de analisar concretamente cada situação concreta, venha agora reclamar-se da literalidade do apelo e se queira imune das intenções e implicações políticas da "tarde branca". Faz-me confusão que pessoas efectivamente preocupadas com o jornalismo que temos e a relação entre o poder político e a comunicação social, aceitem marchar sobre esse espectro porque também se quer derrotar Sócrates. Preocupa-me que não percebam que os efeitos difusos disso servirão sempre para alimentar um populismo anti-políticos que a direita naturalmente cavalga e que em nada contribuirá para discutir aqueles assuntos numa perspectiva de esquerda. Por fim, não posso deixar de me sentir confrangido por antecipação com a agonia que irão sentir ao desfilar ao lado dos apoiantes de Santana Lopes, o da central de informações, Ferreira Leite, a que quer suspender a democracia, e Passos Coelho e Paulo Rangel, os impolutos que se proporão refundar o PSD e pôr o país na ordem, sob o beneplácito interferente ou longíquo do Presidente, antigo chefe de Fernando Lima e em processo de preparação da sua recandidatura a Belém.
Tal como o discernimento político, o humor também tem dias. E vai daí não resisto a postar esta foto manhosa que apanhei agora na rede. Que amanhã não vos corra tudo mal!
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