Aguentar-se à jarda

É pouco provável que haja ganhos eleitorais significativos com estas aparições [de Luís Figo] em campanha. As razões das escolhas eleitorais são outras e, paradoxalmente, o investimento nos notáveis convive com uma negligência dos partidos nos factores que enraízam mais as escolhas. Na verdade, por cada notável que surge numa campanha, haverá sempre uma relação perversa entre políticos e amigos, que aparentam proteger-se mutuamente em negócios de contornos dúbios.

É bom que Pedro Adão e Silva compreenda que confiar na inteligência política e eleitoral do Partido Socialista, tal como na boa-fé dos seus artistas principais e secundários, é pôr as mãos no fogo por John Wayne Gacy Jr. (ok, posso estar a exagerar um bocadinho). Porque da incompetência genética da rapaziada eu não deduzo o benefício da dúvida. Era o que faltava. Mais: o poder tem de ser escrutinável por inteiro e sem macacadas sociologistas ou vitimizações chicas-espertas perante o drama (novo?) da «culpabilidade decretada nos media». Há merda por todo o lado? Há. Mas por formalismo de raciocínio gosto de pedir contas políticas a quem exerce funções políticas. O resto virá com a máxima importância, mas por acréscimo.