Blood makes noise


Helena Matos está exangue com a doação de sangue por homossexuais. E não há estudos (arranjo mais vinte a dizer o mesmo e o seu contrário), entrevistas ou relatórios que a deixem sossegada. Tem medo de que o medo à palavra discriminação determine orientações de saúde, que a ideologia obnubile as consciências mais audazes. Ora isto das orientações de saúde sempre foi um equilíbrio entre consensos científicos e decisões políticas. Porque da ciência à verdade vai o passo de um gigante (já o diziam os construtivistas) e Helena exige o impossível quando clama "que se deixem de ideologias e expliquem o que está realmente em causa". Mas se procurarmos bem, a base do rastreio está nos comportamentos de risco (não nos grupos de risco) e, por isso, a questão "nos últimos 6 meses teve novo parceiro sexual?" já está incluída no questionário aplicado de forma transversal aos dadores. Para os que escapem a este apertadíssimo interrogatório (quase melhor que um polígrafo) ainda existe uma bateria de exames para excluir qualquer doença hemato-contagiosa.

Por estas e por outras, eu que até percebo as dúvidas helenistas, juro a pé juntos que o problema é continuar a haver pessoas que teimam em confundir homossexualidade com promiscuidadade (e outros pecados originais), e pior, estarem de pedra e cal à frente de organismos públicos.

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