Por sugestão do amigo Fala Ferreira, fui descarregar os dados do último Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística relativos ao 1º trimestre de 2010, publicados no passado dia 19 de Maio.
José Ferreira, que já analisou o documento, infere sobre as conclusões do Inquérito:
O regresso destes homens agora desempregados ao mercado do trabalho (eventualmente, no fim da crise...) significará, como nos períodos entre guerras, o retorno das mulheres ao emprego único ou ao trabalho doméstico, desaparecendo placidamente das estatísticas. Uma outra consequência disto (como se verificou tantas vezes em Portugal e com péssimos resultados para o sindicalismo operário) está intimamente ligada à disparidade de salários entre homens e mulheres e prende-se com a redução efectiva do valor dos salários que, consumada através da mão-de-obra feminina, se prolonga a toda a escala.
O cenário da nossa economia e da nossa política é tão século XIX que só me lembra as Farpas do Eça de Queirós:
"O partido reformista apareceu um dia, de repente, sem se saber como, austero, pesado, grosso, com uma voz possante. [...] Então os mais audaciosos fizeram-lhes perguntas. [...]
"- Assim por exemplo a questão religiosa é complicada, qual é o seu princípio nesta questão?
- Economias! disse com voz pesada o partido reformista.
Espanto geral.
- Bem! e em moral?
- Economias! bradou.
[...]
- De quem gosta mais, do papá ou da mamã?
- Economias! bravejou."
Um comentário:
Clap, clap! Nem me atrevo a acrescentar para não estragar... :)))
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