Ricardo, amigo, o povo está contigo!





Desde a comissão parlamentar do BPN que não há português que suporte o deputado Ricardo Rodrigues. Ainda assim, salto -acto que ele certamente muito apreciará - em sua hipotética defesa. Durante uma entrevista para a revista Sábado, Ricardo Rodrigues levanta-se e abandona a sala não sem antes levar consigo dois gravadores dos jornalistas. O site do público já está pejado de insultos ao deputado (outra coisa não seria de esperar). No seu site, a Sábado também já está toda indignada. E disponibilizou até um vídeo do sucedido.

Acontece que a revista disponibiliza um vídeo editado que não deixa sequer ter a mínima noção do contexto do acontecimento. Se Ricardo Rodrigues não disse nada de que se pudesse arrepender, roubar os gravadores é, além de abusivo, estúpido. Mas tendo em conta o tratamento que a revista deu ao vídeo e apesar do asqueroso papel a que o deputado se tem prestado nas comissões parlamentares em que tem participado, muito bem fez ele.


Adenda: Também na blogosfera (aqui, aqui e aqui) já se apressou a atirar-se à jugular de Rodrigues. Já tive um cão boxer que se comportava mais ou menos assim quando se lhe punha comida na taça.

6 comentários:

O Manso disse...

Sou eu que estou a ler mal ou estás a defender a legitimidade de um deputado com responsabilidades politicas na gestao do País de roubar os registos de uma entrevista dada a um orgão de comunicação social?

Diogo Augusto disse...

És tu que estás a ler mal o post! :)

"Se Ricardo Rodrigues não disse nada de que se pudesse arrepender, roubar os gravadores é, além de abusivo, estúpido."

Agora, depois de ver o tratamento que foi dado ao vídeo da entrevista, percebo perfeitamente a apreensão de Ricardo Rodrigues e sim, hierarquizo e acho que a atitude despótica que alguns jornalistas têm de vez em quando é bem pior do que o que o deputado fez. Os jornalistas não estão cobertos por uma aura mágica protectora que lhes permite perguntar tudo o que lhes vier à cabeça, não achas?

rafael disse...

Diogo, fico contente que não justifiques os actos do deputado. Quanto à hierarquização de que falas, eu sobreponho-lhe uma outra, de valores associados ao papel social e institucional. É apenas uma forma de ver as coisas e não a considero a unica correcta, admito da bondade da tua posição. Considero que um homem ou mulher quando assume um papel de estado, quando lhe é legado um mandato popular, seja ele o de eleito numa assembleia de freguesia ou de presidente da republica, tem a obrigação moral de se comportar como um exemplo para o colectivo social onde se insere. Ou seja, e em sintese, não me preocupa que um jornalista seja um bandalho (há-os em todas as categorias profissionais, em todos os estratos da sociedade) mas sim que um representante do Povo seja um bandalho, porque não pode e ponto.

rafael disse...

e acrecento, do meu ponto de vista pessoal, é motivo para o deputado demitir-se ou ser exonerado de representante do Povo...

Nuno Ramos de Almeida disse...

Não consigo perceber o teu post. Contestas que achemos indigno o comportamento do deputado. Chama-nos uma espécie de cães raivosos.
Não conheço a entrevista, como pareces conhecer, mas parece-me normal que se pergunte sobre dois casos conhecidos em que o nome dele surge.
Perante isto, o deputado do PS podia ter acabado a entrevista e recusado a sua publicação. Podia até processar os jornalistas caso se achasse difamado. Escolheu apreender os gravadores dos jornalistas, como se tudo lhe fosse permitido. Fez uma providência cautelar para impedir a publicação da entrevista, coisa que tem direito,e pasme-se, apensou os gravadores furtados à providência, coisa a que não tem direito. Perante isto, tu resolves criticar o arrastão e o 5 dias. Parece-me tomar a nuvem por Juno.

Diogo Augusto disse...

Rafael, tendo a ver a coisa no sentido contrário. Os democraticamente eleitos estão sujeitos a um maior escrutínio do que os que não o são. Daí que considere mais grave o tratamento absurdo que a Sábado deu ao vídeo.

Nuno Ramos de Almeida, o meu "Fera" não era um cão raivoso. Um dos principais pontos que critico é precisamente o facto de ninguém conhecer a entrevista mas, ao invés, ter acesso a uma montagem de vídeo absurda que serve para pouco mais do que permitir que os jornalistas da Sábado passem por virgens ofendidas.
A crítica ao Arrastão e ao 5 Dias não constitui a parte central do meu post. Li os posts linkados a seguir a ter feito o meu acrescentei-lhe a "adenda".

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