Ketchups, prognósticos e assopradelas


Chegou a altura. De dois em dois anos, por alturas ora do campeonato europeu de futebol ora do mundial, reúnem-se em cafés nem demasiado chiques nem demasiado populares, jovens intelectuais em potência para que, com a força que o grupo lhes confere, possam dar uma valente coça conceptual, semântica e/ou gramatical aos jogadores de futebol. É uma barrigada de riso a simples denúncia de uma qualquer enormidade proferida por qualquer daqueles ignorantes. Além do mais, esgotado o assunto, pode-se sempre admirar a candura honesta de um velho transmontano que se viu num vídeo do youtube, tecer elogios a uma qualquer recolha etnomusicológica da Beira Interior, ou esboçar lamentos e relação aos desgraçados e às desgraçadas que são obrigados a deixar a escola para ir trabalhar.

Para, como nos telejornais, acabar num tom mais leve, pode-se sempre voltar ao assunto de abertura e declarar: "Epá, mas aquela do Ketchup é mesmo digna de um Philip Roth, não é?". A malta ri-se toda, acaba a cerveja e vai para casa inundada daquele sentimento ambíguo de ser tão bom que até dói.

Um comentário:

Miguel Cardina disse...

A foto e o título fazem um "pendant" genial!

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