We were gonna take it all and throw it all away




O Pedro Adão e Silva já aqui falou disto mas o que é que ele percebe disto? O Bruce é mais meu do que dele (é mais meu do que de qualquer outra pessoa), e eu até o trato pelo primeiro nome. Já há muito que o perdoei pela fita na cabeça em 1985 e já há muito que os meus dois dedos de testa me permitiram compreender coisas como a música Born in the USA.

Andava toda a gente (passe o exagero) a ler Chomsky na adolescência enquanto eu ouvia Born to Run, Darkness on the Edge of Town, Nebraska, The River, The Ghost of Tom Joad. Escusado será dizer que vale infinitamente mais uma música como Factory do que todos os volumes d'O Capital em versão anotada. Há certamente álbuns mais políticos mas foi com o Darkness on the Edge of Town que eu comecei a perceber onde estava o lado certo das coisas. Percebê-lo é perceber que ele não faz música no sentido em que outros fazem, é perceber que consegue pôr numa canção aquilo que nos faz remexer nas entranhas, é perceber que a vida não acaba quando nos apercebemos do carácter inalcançável dos nossos sonhos de adolescente. É por isso que o PAS ainda se emociona e é por isso que eu ainda me emociono (embora eu me emocione, claramente, mais). E quem me vier dizer que ele é americanóide capitalista pode ir para o raio que o/a parta mais a sua santa ignorância.

Para a semana sai o álbum em edição especial com um CD duplo de músicas gravadas nas mesmas sessões de gravação, o álbum remasterizado, um DVD com um documentário, um DVD com um concerto e outro DVD com uma performance ao vivo do álbum de uma ponta à outra mais uns bónus.

2 comentários:

Chomsky disse...

Ena, não faltam opções para um natal bem comercial! Bruce no sapatinho, oh yeah!

Diogo Augusto disse...

Eu não comemoro o Natal. É feriado capitalista! Invenção para esvaziar os bolsos dos papalvos.

Eu junto-me com a minha família no dia 26 (só para ser do contra) e trocamos prendas que fazemos à mão a partir de tralha que encontramos na rua.

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