A longa mão da "guerra às drogas"

O New York Times publicou este sábado alguns dos telegramas das embaixadas norte-americanas relacionados com as operações estrangeiras da Drug Enforcement Administration. A DEA é a agência dos EUA dedicada a fazer prevalecer a estratégia da "guerra às drogas", com um orçamento que este ano atingiu os dois mil milhões de dólares.

Os telegramas mostram que em muitos países o poder político vai transitando de cartel em cartel, denunciam casos de corrupção nos círculos do poder, tentam adivinhar quais os governantes que dependem deste ou daquele narcotraficante. Mas revelam também que os meios tecnológicos de escutas utilizado pela DEA em países como o Panamá ou o Paraguai são usados e solicitados para uso dos governos, no primeiro caso para espiar a oposição e no segundo para tentar capturar a guerrilha do EPP, responsável por raptos e atentados.

A DEA está presente em 63 países e desenvolve as suas relações com os governos locais, nem sempre em sintonia com as restantes agências norte-americanas. E a facilidade com que lhe são solicitados meios de escuta para outros fins que não os de vigiar narcotraficantes é preocupante.

As revelações da Wikileaks incluem o relato do embaixador americano em Conakry, que tentou sem sucesso recolher uma amostra de cocaína antes da incineração pública de centenas de quilos, encenada do princípio ao fim pelo governo. A droga apreendida desapareceu e queimou-se muita farinha, para desconforto de imprensa e diplomatas. Uma imagem que é todo um balanço de décadas perdidas na chamada "guerra às drogas".

Um comentário:

tempus fugit à pressa disse...

ora ora queimar uma tone de cocaina num país miserável só em portugal
há que reciclar

até os Nigerianos descobriram há 20 anos que a coca pesava menos que o pitrol e dava mais guito

antes a camorra controlava a droga e só sub-contratava as máfias nigerianas
agora é 50-50

há que ser empreendedor como o nosso SLN
(são ladrões nacionais)

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