Cavaco e “a mais elevada consideração” para com Ben Ali
A “razão de Estado” hipócrita considera muitas vezes que ditador só é ditador depois de ter caído. Hoje, mesmo essa recatada hipocrisia, se curvará perante a evidência: Ben Ali é um ditador fugido do seu povo que o derrubou corajosamente. A ver vamos o que se segue.
Cavaco Silva é o primeiro-gestor dos silêncios em Portugal. E, nas horas de aperto, até um bolo-rei servia como último recurso para não responder a perguntas incómodas. Mas estes silêncios acabam onde se impõe uma estranha (e certamente muito responsável) noção de “razão de Estado”. Em Outubro de 2009, sentiu a necessidade de felicitar o ditador Ben Ali pela sua “expressiva reeleição”. Necessidade de Estado e mensagem da praxe, dirão…
Mas não teria sido preferível encontrar um bolo-rei que permitisse o silêncio? Ou será que endereçar a Ben Ali a “mais elevada consideração e estima pessoal” não era engolir um sapo autoritário em nome de uma discutível "razão de Estado"?
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