Elementary, my dear Moody.

A malta está chateada. A Moody's declarou-nos lixo. Acha que não vamos conseguir sair da espiral recessiva e que vamos precisar de outro empréstimo.

À Esquerda já se dizia isto há algum tempo mas a malta fica chateada na mesma porque a Moody's serve o grande capital e mais não sei o quê. Os governos têm respondido às agências de notação com austeridade e teme-se que a resposta venha em forma de mais austeridade. Mas aí a chatice é mais com o governo do que com qualquer agência de notação. Só chateia mais porque as previsões destas agências têm a característica de serem "self-fulfilling prophecies".

À Direita, cumprido o papel de bom aluno que se senta na fila da frente e que interrompe para fazer perguntas merdosas, o chumbo é sentido como um murro no estômago.

Mas o mais interessante é o maralhal. O maralhal, como quem canta o hino no 12 de Março, ficou lixado. Depois de se ter manifestado contra a precariedade, foi a correr com o rabinho entre as pernas votar em quem propunha precariedade e austeridade. "Toma lá Sócrates que já almoçaste", não foi? E agora a Moody's tem a desfaçatez de classificar a pátria de D. Afonso Henriques como lixo. É também para estes um murro no estômago mas, diga-se, não só se puseram a jeito como estavam mesmo a pedi-las.

A verdade é que a Moody's, ao perceber que este caminho torna o pagamento da dívida impossível, é a única até agora a avaliar bem a nossa situação. E, contra isso, batatas.

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