Um post para o Zé da Messa

Há 20 anos, o país finalmente acordava para a crescente violência neonazi. José Carvalho, dirigente do PSR, era esfaqueado mortalmente à porta da sede por um grupo de cabeças-rapadas que tentavam entrar à força. Lá dentro, o bar das Palmeiras acolhia mais um concerto da campanha "Tropa Não" contra o Serviço Militar Obrigatório, dessa vez com os Censurados na cabeça de cartaz.

Não conheci o Zé da Messa, mas sabia que tinha ganho a alcunha da fábrica onde trabalhou desde os 14 anos na montagem de máquinas de escrever. Nos seus tempos de glória, a Messa chegou a empregar mais de 1700 pessoas. Em meados dos anos 80, a administração levou-a à falência, ficando a dever 500 mil contos aos trabalhadores. Ao fim de vinte anos de demora dos tribunais, os 500 mil contos de créditos (a preços de 1987) transformaram-se em menos de 520 mil... euros, (104 mil contos em 2005), a dividir pelos entretanto reformados e as famílias dos já falecidos.

Para conhecer melhor o Zé da Messa, e para que outros o conheçam também, ajudei a fazer este vídeo. A estreia foi na festa de homenagem que no sábado juntou 500 pessoas na Caixa Económica Operária ao som dos Peste & Sida, Ex-Votos, Dalailume, Albert Fish e do João Ribas a cantar hits dos Censurados com os Gazua e os Revolta. Uma vez mais se confirmou que o punk não morreu, e o Zé da Messa muito menos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário