A política social comunitária tem sofrido transformações (ideológicas, metodológicas, provisionais) importantes nas últimas décadas. A recente criação de um Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG), com o objectivo caridoso de «ajudar os trabalhadores que perdem o emprego devido à evolução da economia mundial a encontrar um novo trabalho o mais depressa possível», corporiza sem grandes sobressaltos a retórica da Estratégia de Lisboa, legitimando a desregulação laboral com a promessa peregrina de uma protecção social impossível. Entre nós, não faltam especialistas na coordenação e comercialização do modelo. Óptimo.
Lanço agora um pequeno desafio, aparentemente tecnocrático, mas uma porta de entrada sociológica para a economia política da crise: quem conseguir operacionalizar os critérios de atribuição do fundo, nos termos em que são definidos os potenciais beneficiários, ganhará um cabaz de Natal com 2 ou 3 garrafas de Raposeira, aquele espumante:
«só os trabalhadores despedidos por motivos relacionados com a globalização podem beneficiar do FEG, que não financia custos de modernização ou de ajustamento estrutural das empresas»
Boa sorte.
Lanço agora um pequeno desafio, aparentemente tecnocrático, mas uma porta de entrada sociológica para a economia política da crise: quem conseguir operacionalizar os critérios de atribuição do fundo, nos termos em que são definidos os potenciais beneficiários, ganhará um cabaz de Natal com 2 ou 3 garrafas de Raposeira, aquele espumante:
«só os trabalhadores despedidos por motivos relacionados com a globalização podem beneficiar do FEG, que não financia custos de modernização ou de ajustamento estrutural das empresas»
Boa sorte.
3 comentários:
Pode ter a vantagem de elevar a consciência política das massas despedidas: "ora vamos lá decifrar o que tem isto a ver com a globalização..."
Se eu for despedido por faltar 5 dias ao emprego para ir à megamanif de Copenhaga e ao fórum alternativo terei naturalmente direito a esse apoio do FEG. Obrigado Tiago, guarda o espumante para o meu regresso!
ora bolas...isso sao todos! entao se a crise é crise mundial, se a culpa nao se centra em nenhum responsável concreto, se é tudo culpa dum "aventureirismo empresarial" globalizado, todos os empregos perdidos sao efeitos da globalizaçao. que mais podia ser?
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