Paula Moura Pinheiro recebeu Fernando Lemos no Câmara Clara. O pretexto foi a grande exposição de fotografias que a Fundação Cupertino de Miranda está a dedicar ao autor. Um bom conversador é sempre um bom conversador, mas a dada altura notava-se que o histórico surrealista - se isto não é um oxímoro - estava era com vontade de sair dali e ir pintar o nevoeiro. Mais do que justo. Confesso que esperava uma conversa do calibre daquela que concedeu a Ana Sousa Dias, há três ou quatro anos. Fernando Lemos lembrou aí Vespeira, passeando na baixa lisboeta, com um amputado adorno capilar a que chamava, com assinalável rigor conceptual, «umgode». E desvendou o sub-texto de uma foto conhecida, na qual braços anónimos despenteiam a cabeleira de O’Neill, explicando que o poeta necessitava de uma «lavagem cerebral», pois andava toldado de desamores por Nora Mitrani. É um Fernando Lemos com menos pachorra aquele que conversou com Paula Moura Pinheiro. Mesmo assim, vale a pena ver. A descrição da saída de Portugal é brilhante. E no minuto 57 aparece o Milles Davis em 1971 a tocar em Cascais.
Um parágrafo, dois gráficos, algumas palavras.
Há 13 horas
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