Da abjecção

Tenho resistido a escrever sobre o blogue Câmara Corporativa mas hoje vai ter de ser. O modo como João Magalhães responde às críticas sucessivas que Tiago Mota Saraiva tem feito à Parque Escolar é, no mínimo, abjecto, e revela uma indisfarçável vontade de intimidar quem mais não fez do que exigir critérios de transparência e questionar o discurso oficial sobre o sucesso incontestado da empreitada. A referência ao facto conhecido do Tiago ser arquitecto e sócio de uma empresa de arquitectura – e a insinuação de que seria assessor político, no caso do PCP – é perfeita desconversa. Infelizmente, não foi a primeira vez que o referido blogue caiu nessa tentação e parece-me cada vez mais a sua raison d’être. Há quem jure a pés juntos ter estado com o Miguel Abrantes - o blogger mais prolífico da coisa - em jantares e outros convívios, há quem considere que ele não passa de uma espécie de cyborg feito de vários assessores do governo. A tratar-se de uma cobertura, é bom não confundi-la com um mero e legítimo pseudónimo, como por aí já ouvi. Neste caso, a situação assemelha-se mais a um gabinete de vidros fumados que usa o seu lugar privilegiado no panóptico social para disparar sem ser visto. E para transformar o que devia ser o debate público num jogo de snipers com armas desiguais. Este foi apenas mais um exemplo. Mas fez-me transbordar o copo.

Um comentário:

rafael disse...

Bravo, bravo! muito bem dito.

Postar um comentário