Eu dá-me a ideia de que este pequeno trecho do filme Gainsbourg (vie héroïque) - por que aguardo impacientemente - traduz uma concepção estereotipada da mulher bonita submissa ao talento criativo do homem feio, o que reproduz um imaginário e uma narrativa patriarcal sobre a estética e, lá está, o papel da mulher na sociedade, confinando-a a um conjunto de tarefas e funções socialmente destituídas de poder e prestígio, isto assim para simplificar porque estas questões requerem um debate alargado a toda à sociedade, bem como a implementação de um conjunto medidas paritárias e inclusivas que visem corrigir assim à maluca (esta é para as quotas) uma série de desigualdades e eu p'ra mim ser de esquerda é lutar contra as desigualdades em geral e sempre que se realizem iniciativas encorajar a participação dizendo traz um amigo também.
(É isso um outro problema que me tem tirado o sono, que é o facto de os jovens hojendia estarem divorciados da política, mas essa questão merece um debate alargado a toda a sociedade, bem como a implementação de um conjunto de medidas mobilizadoras que visem a participação activa e informada dos jovens na vida política, tanto à escala local como à escala global e de Richter.)
Ora como esta perspectiva tende a tocar as chamadas políticas de visibilidade, achei por bem deixar este pequeno passo do Gainsbourg (abaixo, a negrito), não sem antes lhe ensaiar a crítica feminista, presumindo-o parte fraca: ora ele não diz ser invisível, antes afirma ter o poder de ser invisível, o que sinaliza uma capacidade de escolha sobre si mesmo: gozando de autonomia nessa escolha temos o problema da visibilidade resolvido porque esta resulta - até ver - da autodeterminação objectiva e subjectiva do artista, não é? Não é por acaso que, seja ela errada ou viciada, eu sou pró-escolha.
I'm the boy that can enjoy invisibility(É isso um outro problema que me tem tirado o sono, que é o facto de os jovens hojendia estarem divorciados da política, mas essa questão merece um debate alargado a toda a sociedade, bem como a implementação de um conjunto de medidas mobilizadoras que visem a participação activa e informada dos jovens na vida política, tanto à escala local como à escala global e de Richter.)
Ora como esta perspectiva tende a tocar as chamadas políticas de visibilidade, achei por bem deixar este pequeno passo do Gainsbourg (abaixo, a negrito), não sem antes lhe ensaiar a crítica feminista, presumindo-o parte fraca: ora ele não diz ser invisível, antes afirma ter o poder de ser invisível, o que sinaliza uma capacidade de escolha sobre si mesmo: gozando de autonomia nessa escolha temos o problema da visibilidade resolvido porque esta resulta - até ver - da autodeterminação objectiva e subjectiva do artista, não é? Não é por acaso que, seja ela errada ou viciada, eu sou pró-escolha.
Le garçon qui a le don d'invisibilité
Mas vamos ao que interessa: esta Jane Birkin não parece a Carla Bruni?
2 comentários:
Porque a política não seduz os jovens e os jovens estão desinteressados da política. Isto já não vai lá com escolas nem acampamentos de verão. Por favor, arranjem-lhe um terapeuta conjugal!
Quanto ao filme, eu nem quero ver. Sei que me vai fazer mal au coeur! (já começou)
o filme é um belo devaneio da realizadora que se deve ver na sua totalidade. acho, de resto, que trechos deste filme na qualidade youtube não deveriam ser demonstrativos de concepções estereotipadas...
vai mas é ver o filme (!), e depois diz-me como é que se traduziu para português o "la gueule" e como é que se portou a brigitte bardot ;)
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