Ó Ana vem ver, ó Ana vem ver, ó Ana vem ver

GNR - Freud & Ana

Mão morta/Mãe morta
Vai bater àquela porta
"Que se lixe quem não dança"
(disse Carl Jung)
É o século XX/
É o sexo vintage
A nossa doença, a nossa militância
E há cá quem sofra de complexos
E quem se queixe de SIDA
Mesmo de novas misturas
Em casais de pombos
E há cada vez mais novos combos
E até electro-choques
Insulina a rodos e outros mentais retoques

Querida,
Apareces-me em sonhos
Com penas de gato e muita comida
Que não te falte nada
Mesmo assim vestida
A tua líbido é mistura
De desejo e bebida

Como a cabeça do bispo
Tu comes a cabeça da dama
Vendo-te o "cavalo"
Empresto-te a torre
Mas quero saber que me ataca
Atropelo um peão
Juro que ele não morre
Baby eu sei que não sente
Liebschen ele nem trabalha
Não come não sente
Já não se lembra quem é...

E o luar é tão cândido
E eu e tu Ana tudo é pureza e limpeza
E era tudo tão claro
E agora é tudo tão vago
Tudo gente tão podre
E há uma assimetria
Com um toque de lobotomia

Ó miss Psicanálise - Que perfeita que és
E tão pequenina
Com umbigo e tudo - E até unhas nos pés
E tão pequenina
Que saúde que tens, da cabeça aos pés
(Como eu a invejo)...
Que perfeita que és da cabeça aos pés
E tão pequenina.

(do álbum Os Homens não se Querem Bonitos, de 1985)

2 comentários:

Madalena Duarte disse...

querem querem. Como sabes o meu maior defeito é ser muito sincera e honesta :))

Tiago Ribeiro disse...

E se fosses chamar feio ao Manneken Pis, hein? Sincera, honesta, persistente e perfeccionista hehe

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