Conclui Guilherme d'Oliveira Martins que políticas e dinheiro público são geradores naturais de corrupção, ao contrário das virtudes genéticas e inquestionadas do sector privado. São afirmações que não surpreendem quem acompanha as armadilhas do consenso ideológico que sustenta a economia política neoliberal (ca bruto!). Isto para além da tarefa hercúlea de distinguir Estado e Mercado em território luso: cuido aliás que não se incluiu o sector financeiro extravagantemente subtributado no chorrilho de lamentos sobre a enormidade de portugueses dependentes do Estado. Já os alarves do RSI não foram poupados à denúncia de oportunismo e ingratidão. Mas voltando às palavrinhas d'Oliveira Martins, reafirmo o que aqui escrevi sobre o contributo do Tribunal de Contas (sob a sua presidência) para o escrutínio da actividade do Estado e para a exposição de muita macacada económica e financeira (boa tarde parcerias público-privadas) até então vendida como ibuprofeno para a dor de cabeça. E é por isso que, ao concordar excessivamente com o que Tiago Barbosa Ribeiro aqui diz, não percebo exactamente onde ele quer chegar. Quer desgastar o Oliveira Martins pela esquerda? Estou curioso.
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