O Secretário-Geral da UGT podia esgrimir todos os argumentos que quisesse contra a Manifestação de Sábado, menos o que utilizou - o da instrumentalização político-partidária.
Este é o discurso de um governante e não de um sindicalista. O papel do primeiro é o de menorizar a mobilização. Existem três tipos de estratégia, por ordem crescente de importância: 1) a guerra de números, alegando que esta não foi significativa; 2) a descredibilização das motivações da manifestação, enfatizando a insensatez desta, a inevitabilidade das medidas tomadas, o supremo interesse nacional que se sobrepõe a expressões particularistas de protesto; 3) por fim - e isto normalmente só acontece quando a manifestação é mesmo grande - a instrumentalização político-partidária.
O Sindicalista João Proença deveria ter explicitado as razões pelas quais a UGT não aderiu ao protesto, a sua predisposição para a "negociação e concertação" e o seu horror à mobilização colectiva, e não esgrimido o fantasma da instrumentalização. É certo e sabido que existe uma ligação estreita entre sindicatos e partidos políticos em Portugal, relação essa muitas vezes problemática e perniciosa. Mas a UGT não escapa a isto. A sua fundação é feita contra a CGTP (e a hegemonia comunista) por um acordo expresso entre PS e PSD, o Movimento Autónomo de Intervenção Sindical - Carta Aberta. O Secretário Geral da UGT é membro inerente da Comissão Política Nacional do PS, e foi cabeça de lista à Assembleia Municipal de Cascais pelo PS nas últimas eleições autárquicas.
Então sobre autonomias estamos conversados. Neste caso concreto, resta perguntar: João Proença foi a voz dos trabalhadores que representa, ou a voz do Partido do Governo?
Este é o discurso de um governante e não de um sindicalista. O papel do primeiro é o de menorizar a mobilização. Existem três tipos de estratégia, por ordem crescente de importância: 1) a guerra de números, alegando que esta não foi significativa; 2) a descredibilização das motivações da manifestação, enfatizando a insensatez desta, a inevitabilidade das medidas tomadas, o supremo interesse nacional que se sobrepõe a expressões particularistas de protesto; 3) por fim - e isto normalmente só acontece quando a manifestação é mesmo grande - a instrumentalização político-partidária.
O Sindicalista João Proença deveria ter explicitado as razões pelas quais a UGT não aderiu ao protesto, a sua predisposição para a "negociação e concertação" e o seu horror à mobilização colectiva, e não esgrimido o fantasma da instrumentalização. É certo e sabido que existe uma ligação estreita entre sindicatos e partidos políticos em Portugal, relação essa muitas vezes problemática e perniciosa. Mas a UGT não escapa a isto. A sua fundação é feita contra a CGTP (e a hegemonia comunista) por um acordo expresso entre PS e PSD, o Movimento Autónomo de Intervenção Sindical - Carta Aberta. O Secretário Geral da UGT é membro inerente da Comissão Política Nacional do PS, e foi cabeça de lista à Assembleia Municipal de Cascais pelo PS nas últimas eleições autárquicas.
Então sobre autonomias estamos conversados. Neste caso concreto, resta perguntar: João Proença foi a voz dos trabalhadores que representa, ou a voz do Partido do Governo?
4 comentários:
Muito bem, Hugo. Vou linkar no Brumas
posso assinar por baixo?
Eu já assinei por baixo.
A UGT portuguesa é uma fraude! Não tem a capacidade de intervenção da sua congénere espanhola!
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