"Artistas independentes são quem mais vai sofrer com os cortes", diz Gabriela Canavilhas. Na verdade, se fossem independentes, não sofreriam por aí além com os cortes, parece-me. Não consta que o Tony Carreira ou a TVI vão sofrer grande coisa com os cortes orçamentais. Não quero com isto dizer que os produtores culturais se têm que vender e que todos os grupos de teatro se têm que dedicar à revista. Ainda assim, um planeamento cuidado de actividades, uma gestão adequada de dinheiro e espaços aliada a boas práticas de marketing e publicidade poderiam ajudar muitos produtores culturais demasiado imaculados para se dedicarem a essas coisas mundanas. É que posições irredutíveis de manutenção de uma pureza criativa que despreza os mecanismos económicos da cultura pode ser muito cool mas, convenhamos, esconde muitas vezes posições de "eu sou demasiado bom para este país". E deve este desprezo pelo público continuar a ser financiado pelo Estado?
Um parágrafo, dois gráficos, algumas palavras.
Há 14 horas
2 comentários:
Não percebo bem...
os produtores culturais não têm de se vender? Vender a quem? Ao público? Então como ganham dinheiro?
E essa organização técnica toda que poderia ajudar muitos produtores culturais? Muitos? E os outros? São eliminados? E só ajudaria aqueles que têm "posições irredutíveis de manutenção de pureza criativa"? Quem são mesmo e que posições são essas? Não fazerem marketing, gestão ou planeamento? E têm essas posições em privado ou nos jornais para se poderem distinguir dos outros? Quem são os outros? E o desprezo pelo público é quantificável? O financiamento do Estado precisa de critérios.
ai que me canso... como disse inicialmente, não percebo bem...
Resta saber a receita mágica para tornal algo vendável sem comprometer o conteudo...Por um lado partilho o teu repudio pelo pseudo intelectualismo que não se arroga a aproximar-se do cidadao comum, ou parte do pricipio que este não iria compreender. Mas por outro, a questão da subsidio-sependencia é complexa...é Obvio que alguns estratos de cultura não tem a abrangencia de publico, nem os mecanismo de criar esse publico que a merda da tvi ou do tony carreira têm. Como tal, algumas área de entretenimento, teatro, festivais de cinema para combater o isolamento do interior, assim como festivais (estou-me a lembrar do caso de Seia),devem ser incentivados. A regra do lucro condena td isto á nascenca. De resto, as toneladas de fundos gastos para ópera, pseudo musica popular, fundações pseudo filosoficas e cenários para gomorras do tempo moderno,tem que ser revistos sem duvida. Até porque muita gente organiza concertos, festivais, acampamentos, conferencias e nunca tiveram apoios estatais.chama-se D.I.Y (do it yourself)
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