Ainda nem um mês passou da comemoração do centenário da República. Para além do princípio de eleição democrática do chefe de Estado, comemora-se com esta data outro pilar de uma democracia profunda, a ideia de laicidade do Estado, o princípio básico da separação entre a Igreja dominante no país e o Estado que deve tratar igualmente todas as religiões, sem privilegiar ou promover uma fé em particular; a ideia de que a religião é algo do foro privado e que não se deve tornar confundir com o poder de Estado, em nome da liberdade religiosa.
Hoje conhecemos a notícia de que, na voragem de cortar despesas para pagar a banqueiros, fabricantes de submarinos, Mota Engil e outros que tais, o governo irá retirar os benefícios fiscais às instituições religiosas não católicas mantendo-os contudo à Igreja Católica. Se de tal soubessem, os/as fundadores/as do republicanismo português estariam, como se costuma dizer, a dar voltas na tumba. A laicidade tinha também de se tornar uma vítima da crise?
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