A chantagem contra greve
A maior greve de sempre foi uma manifestação impressionante de dignidade. A dignidade ergueu-se contra a narrativa auto-contraditória da situação que pretendia sustentar, ao mesmo tempo, que a greve geral não funcionaria porque seria uma acção minoritária que nada mudaria e que ela faria mal ao país porque interferiria com a produção nacional e fragilizar-nos-ia face aos mercados. A dignidade ergueu-se votando com os bolsos numa altura em que se contam os cêntimos para sobreviver. A dignidade ergueu-se pelo simples acto de fazer greve contra os patrões chantagistas. É que, neste país, a democracia é suspensa quando os dominantes se sentem ameaçados. É o mesmo estado de excepção que refaz as fronteiras para impedir manifestantes pacíficos de entrar e que inventa fronteiras no interior das manifestações para cercar os/as que imagina indesejáveis. Só que o tempo da greve é o do estado de excepção permanente tornando o direito à greve quase como uma miragem para muitos/as trabalhadores/as. E ainda assim a dignidade ergueu-se contra a chantagem.
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