A bússola eleitoral atlântica está avariada

Tempo de Antena do PDA - Portugal - DN

Como sou picuinhas dou comigo, numa altura tão importante da vida política do país, a olhar para pormenores ínfimos de coisas minúsculas. Dizem que o diabo mora nos pormenores mas não acredito que seja alguma influência diabólica a explicação de um estranho efeito magnético do norte que fez a bússola eleitoral atlântica avariar. Isto para dizer que o Partido Democrático do Atlântico perdeu o norte ao ganhar o norte e tornou-se um partido de discurso cindido. E não só geograficamente. É que agora, com a “coligação” com o “Partido do Norte”, o micro-partido açoriano passa a defender a mensagem de que o norte é que produz riqueza e que, qual solidariedade nacional qual quê, a riqueza devia ficar era a norte o que implica que a autonomia açoriana não deve contar em nada com a solidariedade nacional porque pelo menos os seus amigos de Peniche do Norte não estarão dispostos a abrir mão da sua riqueza. Até ao momento, desconhece-se a posição quanto a tudo isto do PDA-Lisboa.

Mas o pormenor verdadeiramente extravagante é que parte do discurso é servida com uns quatro ou cinco livros com o nome de Salazar em letras garrafais em pano de fundo. Não se percebe se o estudioso de Salazar o decidiu fazer por pirraça a um velho ditador que acreditava numa unidade nacional que ia do Minho até Timor (diz-se que passando também por Lisboa e Açores) ou se foi apenas um descuido. Mas espera-se que tal presença espectral não desarranje ainda mais a bússola atlântica e ameace a designação “democrática” do PDA.

Um comentário:

José Luís Espada Feio disse...

em actos eleitorais anteriores, este PDA já chegou a ter menos votos do que o n.º de membros que compunham as listas concorrentes pelo partido. é, no mínimo, sintomático...

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