O pequeno mundo dos plutocratas

Vinte homens apenas ocupam mil lugares de administração nas principais empresas portuguesas. Segundo o Económico, que cita o relatório anual sobre o Governo das Sociedades Cotadas em Portugal, “por cada um destes lugares recebiam [em 2009], em média, 297 mil euros por ano, ou, no caso de serem administradores executivos, 513 mil euros”. Como diria Guterres, é só fazer as contas.

E, claro, nestas contas não se desconta a factura da crise que os/as outros/as pagarão. Antes pelo contrário, os super-administradores ganharão com ela e com a diminuição do custo do trabalho. Tal como estão certos que não podem perder as próximas eleições porque julgam que a sua plutocracia não vai a votos.

Não sentem que se têm de justificar. Se tivessem, tão omnipotentes como omnipresentes, iriam gabar o seu empreendedorismo construído à sombra dos benefícios oferecidos pelo Estado, explicar-nos-iam o seu papel benemérito de criadores de emprego, provariam, a quem sentisse ainda que tivesse de ser provada, a competência magnífica de quem faz o país andar para a frente. Ou diriam simplesmente que quem tem mais unhas é que troika viola. Respondamos que sabemos que as unhas deles estão cravadas fundo na nossa vida. Que nos recusamos a ser meros instrumentos. Que a banda sonora das nossas vidas há-de ser outra e decidida por nós.

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