Rijo

“O que não mata enrijece?” O filósofo Christopher Hitchens morreu. Uma notícia mais do que esperada já que fez da luta contra o cancro um tema de reflexão pública. Nas vésperas de morrer deixou uma reflexão sobre a dor e sobre a denegação contida na frase que se tornou senso comum: “o que não mata enrijece”. Pretendia “estar completamente consciente e acordado, para “fazer” a morte num sentido activo e não passivo” e desiludiu quem espera que deixasse cair o seu ateísmo em face da morte.

Terminou este texto escrevendo: “até agora, decidi aguentar o que quer que seja que a minha doença me atire e permanecer combativo até enquanto tomo conta do meu inevitável declínio. Repito, isto não é mais do que o que uma pessoa saudável tem de fazer em câmara lenta. É o nosso destino comum. Em qualquer caso, contudo, podem-se dispensar as máximas fáceis de que não estão à altura da sua facturação aparente.”

Acabou teimosamente a enunciar um programa filosófico. Foi lúcido e rijo até ao fim.

Um comentário:

Carlos Carujo disse...

ninguém me bate por ter escrito isto? Esperava um mínimo de polémica. Estamos em baixo... :P

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