Professor Galamba 2.0

"é preciso não esquecer que, primeiro, as políticas anti-crise têm de ser temporárias"

Eu diria que é preciso não esquecer que só com muito má (ou boa) vontade é que se ignora por completo que é infinitamente mais fácil destruir políticas sociais do que construí-las. O retrocesso nesta área implica ficarmos atrasados num caminho que temos vindo a construir desde o 25 de Abril. Aliás, esses retrocessos quase nunca são um passo atrás para dar dois em frente como o prova o Código do Trabalho.

Diria também que no contexto em que nos encontramos ninguém acredita que as privatizações são temporárias. Sendo o processo de privatização aplaudido pelas instituições internacionais, o processo contrário (ou resistências a esse processo como as golden shares) afiguram-se como uma impossibilidade.

Diria, por fim, semi-concordando com João Galamba que as políticas anti-crise têm, realmente, de ser temporárias mas elas devem constituir um reforço extraordinário das políticas sociais e do papel do Estado como rede de segurança dos seus cidadão e nunca o contrário. E porquê? Porque aqui sim, falamos de um perigo sistémico que exige a mobilização de recursos extra.


P.S. - Depois de um título tão bom, seria difícil encontrar um melhor.

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