São longas as filas de espera nos consulados de Angola em Portugal. Quem lá está raramente é quem para cá vem. Quem de lá vem raramente cá chega. No próximo domingo é a vez do Cavaco. Só no ano passado vieram para Angola trabalhar mais de 23.000 tugas.
Enquanto Portugal não sai da moody de baixo, Angola cresce. Angola constrói. Angola mexe. Angola é (de novo) a terra prometida. E se vista da baía de Luanda já não é tão tranquila quanto em tempos terá sido, as lagostas continuam a sair frescas. Embora o trânsito seja infernal, as ruas um perigo e a vida assustadoramente cara, vale a pena o esforço. Vale a pena encher a mala de repelente e partir à aventura. Viver loucamente nos trópicos. Comer bitoques e beber super-bocks servidas por um preto. Ainda que para isso nos tenhamos que sujeitar à sua vil ignorância. À sua natural indolência.
O problema não está neste pedaço de nada ao qual um dia chamámos Angola. O problema, murmuramos agora entre dentes, são mesmo os pretos. Os empregados demoram a servir. Os funcionários públicos não sabem o que fazem. Os operários são uns incompetentes. Os parceiros económicos que nos são impostos uns irresponsáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário