
Ainda não assinei nem sei se assinarei enquanto se continuar a não querer olhar a Medusa de frente.

José Sócrates diz que as mexidas no subsídio de desemprego são uma questão de justiça. Medidas que teriam que ser tomadas independentemente do seu impacto orçamental. Quando assim é, ou seja, quando há medidas que são levadas a cabo não por constrangimentos conjunturais mas por uma questão de justiça, não há qualquer razão para que elas não estejam no Programa de Governo.
A Marcha Global da Marijuana em Lisboa é só no dia 8, mas há milhares de jovens que começam a festejar já este sábado à noite no santuário de Fátima. Eis algumas das actividades previstas: Espaço permanente de cinefórum e uma capela aberta para a Reconciliação ou simplesmente encontro dos jovens com sacerdotes disponíveis para o diálogo. Espaço Lounge com música ambiente e serviço de alimentação aberto toda a noite. Termina junto do túmulo dos Pastorinhos, às seis da manhã. E quem aguentar até às nove sem ver o sol a andar à roda, é careta.
Várias poderiam ser as citações a retirar de mais uma delirante e divertida crónica de João César das Neves. Por estes dias, qualquer pessoa de bom senso não faz outra coisa que não ignorar por completo JCN e as suas descompensações que, mais do que episódicas, parecem ser a regra. Ora, eu não sou uma dessas pessoas. De uma assentada, como é costume, insurge-se contra o aborto, a lei da procriação medicamente assistida, o divórcio (que relaciona directamente a fenómenos como insucesso escolar, depressões, miséria e crime), as uniões de facto, o casamento de pessoas do mesmo sexo, as praias de nudistas (!) e compara estes processos legislativos às obras de Nero, Napoleão e Hitler. Enfim, que o senhor é um prato já se sabe. Nada de novo. Mas se utilizo esta citação de JCN (penso que é a primeira vez que falo publicamente do respeitável senhor de barbicha), faço-o com um propósito muito claro.
«
Quem me conhece sabe que eu sou boa pessoa e não sou nada dado a estas coisas. Mas a páginas tantas uma pessoa não tem outro remédio senão fazer referência ao Marx. É a custo que o faço mas ao saber da nova proposta da CIP, sinto que é um deve cívico fazê-lo.
Nada tenho contra este projecto artístico intitulado «Monumento ao Desempregado do Ano». Acho até extremamente interessante a subversão do artefacto celebratório, o apelo ao envolvimento colectivo e a tentativa de dar visibilidade à questão do desemprego e da precariedade. Aqui a ética está intimamente ligada ao projecto estético, a arte inseparável da vida. Por isso, os meus parabéns às auto-designadas «artistas/desempregadas/trabalhadoras precárias Andrea Inocêncio e Mariana Bacelar».
"Eu não. Eu não.
Eu? Eu?
Oh oh Clara, Clara...(x10)
Eu farto, to farto de virgens"
(PML lança a nova música dos Buraka)
Aquece a alma saber que o PS vai fazer tudo por tudo para devolver o respeitinho à escola. Dele já se sabe, pelo menos, que é bonito, mas o que ainda não se sabia é que para que o dito exista, é preciso conhecer e respeitar um conjunto de documentos e símbolos que corporizam uma matriz "de valores e princípio de afirmação da humanidade". Ena, ena! Viv'ó luxo! E quais são esses documentos e símbolos? - perguntará o leitor mortinho de curiosidade. Pois bem: a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Convenção Europeia dos Direitos do Homem e a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Ah!, e parece que também a bandeira e o hino nacionais. Bonito, não? Agora é que vai ser ver os petizes cheio de respeitinho que é bonito e com um amor à pátria tal que nem multas de estacionamento vão ter.

Pelo humor geriátrico a que se vai assistindo nos momentos mais relaxados da Comissão de Inquérito ao caso PT/TVI, esta pequena corporiza - e tantas coisas que ela corporiza - o zelo jurídico pelas normas regulamentares daquela específica valência parlamentar. Portanto, zelosa. A meu ver, trata-se acima de tudo de uma jovem promessa da política nacional que me merece toda a confiança do mundo e que traz consigo uma capacidade inexcedível para erguer o país. Olé :)
Adenda: Cavaco desmente decisão sobre casamento gay. Eu sabia que a Rádio Renascença estava aí para as curvas, mas se a ideia era testar reacções e preparar terreno para ganhar na secretaria o que perdeu no parlamento convenhamos que é preciso um pouco mais de inteligência política. Eventualmente seria pedir de mais.
Afinal tentou subornar uma pessoa que não tinha competência para cumprir o solicitado. Foi absolvido do crime de corrupção, mas devia ser preso por absoluta incompetência. Assim vai a justiça.
No âmbito do inquérito parlamentar, uma primeira audição a essa coisa nojenta chamada Rui Pedro Soares permitiu compreender o papel central que o artista desempenhou - entre outras coisas - nas manobras políticas de tentativa de aquisição da TVI. Pelo que horas mais tarde se recusou a responder a toda e qualquer pergunta sobre o assunto, invocando «direitos» que lhe são certamente conferidos pelo Direito Canónico, mas que - graças a Deus - não o aliviam do crime de desobediência qualificada à comissão de inquérito da AR.

«Alegre quer ser eleito por todos os portugueses que não são de direita. Incluindo bastantes que são da esquerda séria e da direita tonta. Como bipolar de ambas as coisas, digo já que vou votar em Alegre. O apelido é bom, como a campanha de Eça e Ramalho. O homem é homem e poeta. Seria perfeito se fosse homossexual. Mas a parte que lhe falta para tal coisa é igualmente aceitável».
Esta semana, um instituto da Causa Monárquica e o seu presidente da Assembleia Geral em pré-campanha presidencial reagiram indignados à «afronta» sofrida por Cavaco por parte do seu anfitrião checo. Dom Duarte e Fernando Nobre acusam Cavaco de não ter reagido em defesa do bom nome da República.
O seguinte conjunto de artigos, parte de um dossiê mensal sobre precariedade em Portugal, é o resultado de uma acção conjunta entre o Le Monde diplomatique − edição portuguesa e o Mayday Lisboa.Disponibilizamos em acesso livre os seguintes artigos:
1.- «Precariado: de condicionado a condicionante político» e «Os precários saem do armário», por José Nuno Matos (Setembro de 2007)
2.- «Call Centers: à descoberta da ilha» e «A ilha vista à distância» por Jorge da Silva e Fernando Ramalho (Setembro de 2007)
3.- «O trabalho em centros comerciais», por Sofia Alexandra Cruz (Julho de 2009)
4.- «Vamos brincar aos jornais», por João Pacheco (Outubro de 2009)
5.- «As faces precárias da flexibilidade», por Ana Maria Duarte (Dezembro de 2009)
6.- «O verde e a esperança: vivências da crise no Vale do Ave», por Virgílio Borges Pereira (Fevereiro 2010)
O Jornal de Notícias (JN) publicou hoje uma pequena notícia segundo a qual o jornal "L'Osservatore Romano" enterrava o machado de guerra que desde 1966 ameaçava cair sobre o pescoço da banda que se anunciou "mais popular do que Cristo". O Vaticano renova agora, de acordo com o JN, o seu sincero perdão.
O White Album tem 42 anos, o Papa tem 526 e é de esperar que Maurizio Cattelan, Eugenio Merino e a actriz Kelly McGillis sejam os próximos amnistiados.
O blogue já tem uns dias, mas fica aqui finalmente a referência. «Que fazer»? É ler o Adeus Lenine.

Ainda a propósito da aquisição da Volvo por parte da Geely. A maior empresa automóvel chinesa tem uma história assinalavelmente curta. Fundada em 1986, entra nesse sector em 1998 e começa a exportar somente a partir de 2003. Em 2009 produziu 329.100 veículos, o que a coloca em 10º lugar no ranking das empresas automóveis com unidades de produção na China. As restantes nove empresas são subsidiárias ou consórcios que produzem marcas não chinesas.
Desde os anos sessenta, os movimentos estudantis constituíram-se como protagonistas importantes da crítica aos modelos sócio-económicos, culturais e políticos prevalecentes. Em Portugal tal como no resto do mundo, as bandeiras agitadas pelos estudantes articularam as questões ligadas à Universidade com problemáticas sociais mais amplas. Este ciclo de debates propõe-se a abordar as últimas quatro décadas, evidenciando os momentos de maior tensão contestatária nas Universidades. Ao mesmo tempo, procura-se equacionar os desafios e impasses que se colocam aos movimentos estudantis enquanto força social capaz de elaborar uma crítica ao presente existente.
Está para breve a publicação do novo livro de David Harvey. Para @s interessad@s é possível aceder a um texto que antecipa o fio de pensamento desta obra. Está disponível aqui. Uma leitura herética fica sempre bem nesta época de festividades religiosas. 